Salvando as proporções e a conjuntura política de cada época, o grupo Cunha Lima/Romero está prestes a repetir 2004, quando um rompimento fez com que a prefeitura de Campina caísse no colo do então azarão Veneziano Vital do Rego.
Para quem não lembra, Veneziano era vereador e resolveu disputar a prefeitura para fazer nome para deputado estadual ou federal na eleição seguinte. Mas após o rompimento da então prefeita Cozete Barbosa – a pior prefeita da história da cidade – com o então governador Cássio, Veneziano foi presenteado no 2° turno com o apoio de Cozete e toda a estrutura da prefeitura. Coisa que jamais se repetiria agora em 2020, é óbvio.
O resultado foi desastroso para o grupo de Cássio, que viu Veneziano derrotar Rômulo Gouveia por míseros 791 votos. Um resultado mais apertado que muita eleição de DCE e que teria sido diferente se Cozete tivesse apoiado o candidato de Cássio:
Depois de longos 8 anos, o grupo Cunha Lima voltou ao poder, mas com o término da gestão de Romero – avaliada acima da média – eis que o fantasma da discórdia volta a assombrar. E desta vez não por uma aliada que tinha se tornado prefeita, mas por dois Cunha Lima graduados; Tovar e Bruno.
Quem acompanha os bastidores da política e extrai o que se diz nas entrelinhas das entrevistas percebe que um não vai abrir para o outro e o desastre de 2004 pode se repetir, mas não sabemos ainda em que proporção, já que o prefeito é Romero e não Cozete.
Tanto o deputado Tovar (agora secretário municipal) quanto Bruno Cunha Lima estão à altura do cargo e reúnem todas as qualidades necessárias para disputar a sucessão de Romero. São os dois melhores nomes, pois representam uma renovação, mesmo que numa candidatura de continuidade.
Não creio que um irá ceder para o outro, mas acredito que ambos cederiam para o ex-senador Cássio Cunha Lima disputar uma prefeitura que ele já administrou por várias vezes.
Seria o candidato imbatível, ainda mais agora que a Operação Calvário revelou que o tucano só perdeu para governador em 2014 porque foi vítima da maior organização criminosa da história da Paraíba, numa eleição literalmente roubada.
Além de manter a união do grupo, Cássio tem o que nenhum dos dois têm, trânsito em Brasília e no governo Bolsonaro (que é uma bosta, mas pode ajudar) para atrair recursos e obras para Campina Grande.
O momento é oportuno e a candidatura de Cássio pode preservar a união de um grupo que tem se mantido coeso há décadas em Campina Grande. Além do retorno à política de uma das lideranças mais carismáticas da Paraíba. Quiçá ao cenário político nacional.
Rompimentos são imprevisíveis e nunca é bom pagar pra ver.