A narrativa dos maus perdedores na OAB

A Paraíba tem se tornado um lugar onde as decisões da maioria precisam sempre de explicações. Vejam o caso da eleição da OAB, cujo pleito teve como vencedor o advogado Harrison Targino. Para se ter uma ideia da vitória de Harrison, ele obteve uma maioria de 452 votos de diferença, o que equivale a mais de 6% do eleitorado.

É simplesmente a maior diferença em eleições da OAB-PB, quando os pleitos marcaram mudanças de ciclo no comando da entidade. É também a primeira vez que um presidente elege um sucesssor. Só pra lembrar, em 2015, o atual presidente Paulo Maia venceu Carlos Frederico por 444 votos. E em 2009, Odon Bezerra derrotou Zé Mário Porto por apenas 26 votos.

A verdade é que ao invés de parabenizar o vencedor, quem perde fica tentando minimizar a vitória e maximizar a própria derrota. Coisas de Brasil. Advogado não é eleitor comum, pois se trata, obviamente, de uma categoria qualificada e com 100% de formação superior. Então, não custa aos menos desavisados, no caso, a perdedora, apenas fazer o que deve ser feito: reconhecer o bom trabalho de quem venceu.

Outro dado precisa ser destacado para quem ousa manipular os números sobre a vitória de Harrison Targino. A eleição na capital, apesar de todo o envolvimento da prefeitura de João Pessoa, teve o que podemos classificar de um empate técnico. Não queiram colocar este resultado no colo do prefeito Cícero Lucena. A diferença na capital foi de apenas 96 votos em prol da candidata da PMJP.

Em Campina Grande houve uma grande redução da diferença. Talvez se o prefeito Bruno Cunha Lima tivesse ajudado Harrison Targino junto aos advogados da PMCG, o resultado fosse outro. Mas, diferente da PMJP, a prefeitura de Campina se omitiu do pleito. Na eleição passada o atual presidente perdeu na Rainha da Borborema por 280 votos, e Harrison perdeu por apenas 144.

Agora, a grande lição, é que os personagens envolvidos devem reconhecer a força do interior. O trabalho de fortalecimento da advocacia desenvolvido por Paulo Maia mostra aos grandes escritórios da capital e de Campina que a eleição foi pra OAB de toda a Paraíba.

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