Raniery Paulino é de longe o parlamentar mais ético e coerente da Assembleia Legislativa. Fez oposição firme aos 8 anos de Ricardo Coutinho quando o ex-presidiário era quase uma unanimidade na opinião pública, e seu partido, o MDB, era da base governista. Também se manteve na oposição nos governos de Cássio e nunca foi de escolher o caminho mais fácil na política.
Mas a disputal local, em Guarabira, exigiu uma atitude radical do deputado, principalmente diante da candidatura do pai à prefeitura. O cenário de divisão da oposição (com 3 candidaturas) estava beneficiando – e muito – o esquema governista. E numa cidade sem 2° turno, a divisão na oposição, por menor que seja, representa uma vantagem para quem está no poder.
A ascenção de Marcus Diogo à prefeitura, ainda em 2019, com a doença do finado Zenóbio Toscano, acabou fortalecendo o candidato do PSDB antecipadamente, que já não brigava mais por uma eleição, mas por uma reeleição; com a caneta na mão, muitas facilidades e a popularidade que o cargo oferece.
O jogo estava desequilibrado. E ainda continua, porque a candidatura de Dr. Teotônio também divide os votos da oposição. E repito, não há 2° turno em Guarabira.
Raniery teve suas razões para se aliar ao governador João Azevedo e recolocar a bola do jogo eleitoral no meio de campo. É preciso lembrar também que João não é Ricardo Coutinho, nem tem a mesma vocação para a criminalidade que o Mago tem.