Eu apostaria sem medo de errar que o candidato (ou candidata) de Ricardo Coutinho saíra dessas três opções; Lígia Feliciano, Veneziano Vital e João Azevedo. Mas cada nome tem seus ônus e bônus a ser pesado na balança eleitoral de 2018.
Se Ricardo optar pela vice-governadora Lígia Feliciano, ele pode até ganhar a eleição, mas não leva. Seria uma vitória pírrica, de custo muito alto e sem retorno futuro, pois em questão de meses Lígia chutaria RC do governo. O que é normal. Assim funciona a relação criador/criatura na política. Lembrem do saudoso Luciano Agra.
A vantagem de optar por Lígia Feliciano está na manutenção da máquina pública se Ricardo sair do governo para disputar uma vaga no Senado. Se descompatibilizando do governo, RC fica refém da governadora. E como Ricardo bem sabe, a máquina pública faz milagres numa campanha eleitoral.
Mas Lígia não tem o potencial eleitoral necessário para enfrentar uma campanha de apenas 45 dias. Se fossem os antigos 90 dias o cenário seria outro. Mas o novo formato da campanha eleitoral beneficia quem sai na frente, como aconteceu em 2016 nas principais capitais.
Lígia também não tem experiência em debates e a retórica não é um ponto forte.
Veneziano já largaria na casa dos 10%, é um nome mais estadualizado, tem grande recall por ter sido prefeito duas vezes de Campina Grande, e ainda conta com o campinismo a seu favor, sentimento que se for bem explorado pode fazê-lo vitorioso na cidade. Mas sofre com o desgaste do irmão na Lava-Jato e o desgaste pela derrota desnecessária na eleição que perdeu para Romero.
Veneziano teria ainda que sair do PMDB, e sua candidatura não agradaria Lígia Feliciano. Mas é bom de debate, apesar do vocabulário enfeitado demais. A rejeição acumulada ao longo da carreira política também é um fator negativo.
João Azevedo tem como ponto positivo o fato de ser do PSB, o que facilita a transferência de votos para a continuidade do governo. A estratégia discursiva do “modo PSB de governar”, só funciona se o candidato for do PSB, claro.
Tem o perfil técnico, o que pode ajudar na ideia de continuidade de projeto, mas é impopular e ainda não tem voto, e numa eleição de 45 dias perderia a metade do tempo tentando se tornar conhecido. No entanto, a baixa rejeição e popularidade facilita a “construção” de um produto/candidato que o eleitor deseja.
Mas é uma candidatura que também desagrega Lígia Feliciano, possível futura governadora e dona daquela caneta cheia de tinta$.
Ricardo vai ter que pesar os prós e contras.