De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, o famoso Cori, recebeu 6 ligações de Michele Cardoso, a operadora da propina de Daniel Gomes, da Cruz Vermelha.
O MP destaca que o celular da propina tinha até apelido; o ‘Big Fone’.
A denúncia do MP também confirma que o tio do Daniel Gomes, Jaime Gomes, ofereceu uma quantia generosa para a campanha de Ricardo Coutinho em 2010:
Trecho da peça do MP:
Dado que JAIME GOMES DA SILVA é português, nunca possuiu domicílio eleitoral na Paraíba, parece improvável que tal contribuição de campanha houvesse decorrido de um impulso espontâneo de participar do debate político
paraibano, mas sim do interesse em construir um cenário mais favorável aos interesses comerciais de seu sobrinho. Ainda que através de interposta pessoa, ao menos nesta ocasião DANIEL GOMES DA SILVA utilizou-se de mecanismos oficiais, através de doação declarada formalmente à Justiça Eleitoral, ao invés do que se viria a verificar
em momentos posteriores: a entrega por vias ocultas e sub-reptícias de dinheiro em espécie a agentes públicos do Estado da Paraíba.
Após responder a duas ações penais por peculato, já referidas acima, uma das quais já ensejou a prolação de sentença condenatória no primeiro grau de jurisdição, seria de se supor que DANIEL GOMES DA SILVA se distanciasse do desvio de recursos públicos da saúde. No entanto, a única providência adotada por DANIEL foi desenvolver métodos mais sofisticados para ocultar sua atividade delituosa, que prosseguiu – e prossegue – ininterrupta.
E, para dissimular sua empreitada criminosa, DANIEL GOMES DA SILVA não poderia desejar uma fachada melhor do que uma instituição fundada há mais de 150 anos, e reconhecida internacionalmente por seu trabalho humanitário: a CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL.
Na realidade, contudo, tanto a CRUZ VERMELHA BRASILEIRA – FILIAL DO RIO GRANDE DO SUL quanto a CRUZ VERMELHA BRASILEIRA – ÓRGÃO CENTRAL, assim como o IPCEP – INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CLINICA, EDUCACIONAL E PROFISSIONAL, vêm sendo utilizadas apenas como “fachadas” para a organização criminosa chefiada por DANIEL GOMES DA SILVA, que vem se utilizando dos nomes, dos CNPJs e sobretudo da credibilidade que estas instituições conquistaram ao longo de décadas (à custa do esforço de milhares de voluntários), para viabilizar a obtenção e distribuição de vantagens ilícitas, como se verá a seguir.