Aliados de Jair Bolsonaro (PL) temem que Gabriela Ribeiro Cid, esposa do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, possa “explodir a qualquer momento” e pressionar o militar a revelar tudo o que sabe sobre as fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro e seu entorno. Cid foi preso preventivamente no âmbito da Operação Venire, deflagrada na quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF), que teve o ex-ocupante do Palácio do Planalto como um dos alvos centrais.
Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, Gabriela é vista como um “barril de pólvora” e uma “pessoa de temperamento forte”. Ela viajou ao menos três vezes para os Estados Unidos usando um cartão de vacinação adulterado por Cid.
Além do temor sobre uma possível reação de Gabriela que implique ainda mais o ex-mandatário no esquema investigado pela PF, aliados e interlocutores de Bolsonaro também mostram receio que Cid possa vir a delatar o ex-presidente.
As investigações citam ainda a ‘minuta do golpe’ encontrada pela Polícia Federal na casa de Torres. O documento previa um ‘estado de defesa’ na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrubar o resultado das eleições livres e justas que deram vitória ao presidente Lula.