A grande João Pessoa tem dezenas de empresas especializadas em palco e som, uma delas, inclusive, na própria cidade de Bayeux. Entretanto, curiosamente, o prefeito que foi preso em flagrante com dinheiro no cofrinho resolveu contratar uma empresa de São Sebastião de Lagoa de Roça, a 115 km de Bayeux.
A cidade está afundada no caos e nos postos de saúde faltam até medicamentos básicos, mas o ex-presidiário acha que uma festa é mais importante.
O Carangafest segue fazendo estragos na cidade de Bayuex, e desta vez rombo nas contas do município pode chegar a cerca de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para satisfazer a vontade do prefeito Berg Lima de fazer uma festa em meio ao caos instalado na cidade.
O que mais impressiona é que diante de tantas aberrações com o dinheiro público, o Ministério Público nada faz para garantir os princípios da moralidade, economicidade, razoabilidade e interesse público.
Uma comissão liderada pelo vereador Betinho da RS flagrou o que é considerada pelo parlamentar uma das maiores aberrações diante da atual situação em que se encontra o município.
Para realizar os três dias de festa que pretende promover no gramado recém-inaugurado do Estádio Lourival Caetano, na Imaculada, Berg licitou nada menos do que R$ 1.499.540,00 (um milhão quatrocentos e noventa e nove mil quinhentos e quarenta reais), dentre os quais só para palco e som foram destinados R$ 1.364.274,00 (um milhão trezentos e sessenta e quatro mil duzentos e setenta e quatro reais).
O valor está descrito no Pregão Presencial nº 42/2019, realizado no dia 14 de novembro passado, e teve como ganhadora a empresa Denise Moura do Nascimento, proprietária da DNA Produções, Locações e Serviços, inscrita sob o CNPJ nº 17.886.274/0001-22, localizada na cidade de São Sebastião de Lagoa de Roça, no Agreste paraibano.
O caso está sob a investigação da Promotora de Justiça Edilígia Chaves Leite, após ação do presidente da Câmara Municipal, Jefferson Kita, em conjunto com a bancada de oposição, através de ofício protocolado no Ministério Público desde o dia 2 de dezembro, questionando a precariedade dos serviços prestados pela prefeitura em detrimento dos gastos exacerbados previstos para uma festa, enquanto áreas essenciais como educação, saúde, infraestrutura, limpeza urbana, além do salário de dezembro e décimo terceiro dos servidores encontram-se sem previsão de solução.