Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte, mas a coesão do bloco da oposição dá sinais de que nenhum mau agouro vindo da Granja Santana vai “secar” a unidade do bloco vitorioso formado na eleição municipal de 2016.
Dependendo da conjuntura e do humor dos caciques, os nomes que disputarão a majoritária podem até mudar, mas a base deverá ser mantida com Cássio e Cartaxo, e com os principais partidos: PMDB, PSDB e PSD.
Cartaxo é o favorito e conta com a força da densidade eleitoral da Grande João Pessoa. Só não anuncia que é candidato porque a lei proíbe, mas na prática já age como tal. Romero vai ficar de fora porque errou na escolha do vice-prefeito e não pode entregar a prefeitura de Campina – reconquistada há muito custo depois de 8 longos anos na oposição – de mão beijada à família Ribeiro.
Cássio não tem outra opção a não ser disputar a reeleição ao Senado. A preço de hoje só teria Ricardo Coutinho para competir, porém, mesmo assim com a garantia de ser reeleito na primeira ou segunda vaga. E a coisa fica mais fácil ainda se o “fico” de RC não for blefe e realmente ele não sair do governo para disputar o Senado.
Uma candidatura de Cássio à Câmara Federal seria um misto de medo com incompetência. E acho que hoje ele não apresenta sinais de agir sob a influência de nenhum dos dois.
O PMDB já está no lucro em qualquer espaço que garantir, pois vai assumir a prefeitura da Capital a partir de abril. Mas poderá garantir a unidade do partido com a indicação de Raimundo Lyra para a segunda vaga ao Senado.
Um verdadeiro presente para um senador de mandato apagado e que de forma suicida ainda bota a cara na imprensa para defender Temer. Além da dobradinha com Cássio, Lyra ganharia o com as estruturas das máquinas da prefeitura de João Pessoa e Campina Grandes.
Por coincidência ou não, nas últimas semanas Raimundo Lyra tem se afastado de RC. O senador é refém da vontade de José Maranhão e sabe que não pode tensionar demais, pois até poucos meses era um suplente que caiu de paraquedas na política paraibana.
E por último, mas não menos importante, surge o nome de Daniella Ribeiro como possível candidata a vice-governadora. O ingrediente campinense necessário para qualquer chapa encabeçada por um político de João Pessoa. O nome de Daniella agrega no campinísmo e ainda equaciona a questão de gênero.
Além disso, a deputada tem um bom recall por já ter disputado a prefeitura de Campina Grande, em 2012. Uma vice-governadora desejada por muitos, inclusive por RC, em 2014, mas Ella não aceitou.
Cartaxo, Cássio, Raimundo Lyra e Daniella…
É uma chapa fortíssima.
Se eu fosse Ricardo Coutinho, pensava duas vezes antes de abrir mão de sua vaga garantida no Senado.
É melhor um passarinho na gaiola do que dois voando…