Em contato com o blog, o ex-governador Cássio Cunha Lima comentou o absurdo julgamento do TRE, que por 4×3 reconheceu condutas vedadas na reeleição de Ricardo Coutinho, mas não aplicou a pena de inelegibilidade ao ex-governador.
Cássio foi o mais prejudicado em 2014, pois liderava todas as pesquisas com folga, mas foi atropelado pelo uso intensivo e descarado da maquina pública através do programa Empreender-PB e de milhares de nomeações no período eleitoral.
“‘Ainda há juízes em Berlim‘ e poucos no TRE da Paraíba. A condenação por conduta vedada e a multa definida na sentença comprovam a prática do crime. Por razões injustificáveis quatro juízes não quiseram aplicar a lei”, comentou Cássio.
Entenda a expressão ‘ainda há juízes em Berlim’:
Quem contou a história foi François Andriex, e até hoje há quem jure ser verdade. Frederico II, o poderoso Kaiser alemão, ordenou a construção de um palácio de verão em Postdam. Nas proximidades do palácio encontrava-se o sem preocupação Moinho de Sans-Souci. Certo dia, o Kaiser decidiu expandir o palácio, obra que precisaria ocupar o terreno do moinho, razão por que fez a proposta de aquisição da localidade ao moleiro proprietário. Mas o moleiro disse não. E então o Kaiser, do alto de sua realeza, disse que se quisesse poderia simplesmente tomar o terreno do moleiro.
O moleiro tinha sua resposta: “Isso seria verdade, se não houvesse juízes em Berlim”.
Desde então a expressão tem sido utilizada para caracterizar situações em que os envolvidos em alguma espécie de lide judicial acreditam piamente na imparcialidade dos julgadores e na materialização de julgamentos justos, com base nas regras do jogo e do direito. Em verdade, é o mínimo que se poderia esperar em qualquer sociedade que se pretenda minimamente democrática e onde vija o império da lei.