O cientista político Marcos Coimbra, diretor do instituto Vox Populi, publica uma competente análise política neste fim de semana, na revista Carta Capital, em que destaca alguns pontos: (1) haverá eleições porque o golpe precisa manter a aparência de legalidade; (2) o PT terá candidatura própria com ou sem Lula porque tem o maior cacife eleitoral do País; (3) Jair Bolsonaro vem murchando com o esgotamento do discurso de ódio e (4) Michel Temer pode torrar bilhões em propaganda que continuará a ser inviável.
Sobre o primeiro ponto, ele afirma que os senhores do poder prezam as aparências e tentam encobrir o golpe com um verniz legalista. Tanto foi assim que a farsa da deposição da presidente Dilma Rouseff veio acompanhada de um ritual de impeachment. “É esse legalismo de fachada que impede nossas elites de desnudar o golpe e, pura e simplesmente, cancelar as eleições de outubro”, afirma.
Em relação ao PT, Coimbra vê Lula como candidato fortíssimo, mas diz que, em caso de seu impedimento pela condenação sem provas, o partido deverá manter uma candidatura própria. “O PT tem o maior líder político da atualidade, que a maioria considera o melhor presidente que tivemos. Seria despropositado que uma legenda com esse cabedal fosse buscar candidato ou candidata fora de seus quadros”, diz ele.
Quanto à direita, ele afirma que Bolsonaro está mais perto do segundo turno do que outros nomes e também afirma que, mesmo com todas as campanhas publicitárias do mundo, Michel Temer é absolutamente inviável.