O relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”, da organização não governamental (ONG) britânica Oxfam, divulgado um dia antes da realização do Fórum Econômico Mundial, que será realizado em Davos, na Suíça, revela que no Brasil cinco bilionários concentram o equivalente a renda de toda a metade da população mais pobre do país.
Segundo a Oxfam, a lista é encabeçada por Jorge Paulo Lemann, sócio do fundo de investimentos 3G Capital, seguido por Joseph Safra, do Banco Safra. Logo em seguida aparecem Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, que também são sócios da 3G Capital. Na quinta colocação aparece Eduardo Saverin, do Facebook.
Lemann, que juntamente com os sócios conseguiu montar um império na área de bebidas graças a uma autorização conseguida no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, teve um papel relevante no golpe de 2016 ao permitir que a Fundação Estudar, mantida por ele, registrasse o domínio vemprarua.org, que promoveu uma série de manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Atualmente, o bilionário é um dos pilares de sustentação do governo Michel Temer junto ao setor empresarial.
Ainda segundo o relatório, o Brasil ganhou 12 novos bilionários no ano passado, o que fez com o que o número passasse de 31 para 43. Para a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, “isso significa que há mais pessoas concentrando riqueza. A gente não encontrou ainda um caminho para enfrentar essa desigualdade.
O patrimônio dos bilionários brasileiros chegou a R$ 549 bilhões, um aumento de 13% em relação ao exercício anterior. Em contrapartida, os 50% mais pobres viram sua participação encolher ainda mais, passando de 2,7% para 2%. Para se ter uma ideia, quem ganha um salário mínimo teria que trabalhar o equivalente a 19 anos para receber o mesmo valor que uma pessoa enquadrada entre o 0,1% mais rico da população recebe em um mês.
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