Presidential candidate Jair Bolsonaro of the Party for Socialism and Liberation (PSL) talks with Ciro Gomes of the Democratic Labour party (PDT) before their first television debate at the Bandeirantes TV studio in Sao Paulo August 10, 2018 REUTERS/Paulo Whitaker

Ciro, opção mais segura no segundo turno

Tenho absoluta certeza de que sou uma das poucas vozes a insistir em racionalizar a questão do antipetismo que poderá decidir a próxima eleição.

Dizem os petistas que insistir nesse discurso é reviver a síndrome de “Regina Duarte”. Preciso dizer que Regina Duarte estava com medo de perder seus privilégios quando apontou para Lula. Estou aqui ponderando uma estratégia que possa rebater o crescimento e a consagração do fascismo.

Fernando Haddad subiu, segundo o Ibope, mas sua rejeição também. Na mesma medida em que Bolsonaro crescerá a cada movimento adiante do PT.

Isso não quer dizer que proponha aqui que o PT recue. Respeito o partido e seu candidato. Apenas uso este espaço a título de registro para posteridade de que me posicionei em prol de uma terceira via – Ciro Gomes -, que teria um pouco mais de folga no segundo turno, por possuir menor rejeição que o petista.

O antipetismo está nesse momento pulverizado entre várias candidaturas: Marina Silva, Álvaro Dias, Amôedo, Alckmin, Meirelles. Também se encontra concentrado nos brancos e nulos. Ao somar todos estes candidatos e variáveis, é preciso considerar que o cenário é muito ruim quando ele se aglomerar.

Claro que acho muito romântico se falar em coragem para enfrentar Bolsonaro sob a tutela do PT, derrubar o golpe e seguir a vida democrática. Mas considero também que teremos mais quatro anos de um partido envolvido em escândalos, precisando se defender dos ataques, com uma parcela grande da população infeliz com sua eleição e um clima de guerra no ar.

Não tenho a pretensão de levar ninguém a mudar de voto. Continuarei acreditando que essa eleição para o campo progressista pode ser vencida com mais eficiência e segurança pelo viés de uma candidatura alternativa ao PT.

Caso Haddad passe para o segundo turno, terá meu voto, não por acreditar que seja o melhor caminho. Sei que o candidato é um homem honrado e um belo quadro. Mas minha opção escora-se na absoluta rejeição a Bolsonaro.

Sendo bem honesto, e sabendo que os leitores tem ciência de meu compromisso com a honestidade, preferiria experimentar um novo formato da esquerda no poder que não fosse pelas mãos do Partido dos Trabalhadores.

No primeiro turno, vou lutar para que assim seja. Com todo o respeito.

Tico Santa Cruz

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