Crítico do PT, Marcelo Tas declara voto em Haddad

O jornalista Marcelo Tas anunciou neste sábado (27) que votará em Fernando Haddad (PT) para a presidência. Crítico do PT e das gestões do partido à frente do Governo Federal, Tas disse que votou em outro candidato no primeiro turno, mas que reprova as posturas de Bolsonaro em vários aspectos, levando-o a apoiar o petista.

“Declaro o meu apreço pela democracia, pela educação, pela questão ambiental e liberdades individuais. Estes são os valores principais que me levam a reprovar as propostas do candidato Bolsonaro (…) Pelas razões acima, meu voto é Haddad” disse em texto publicado no Facebook.

Confira o texto completo de Tas:

Na eleição presidencial desse domingo, ao contrário de alguns que vêem nela a batalha do bem contra o mal, vejo apenas o retrato doloroso do Brasil.

Não votei em nenhum dos lados no primeiro turno. Não me identifico com nenhum dos candidatos. Vejo em ambos alguns pontos positivos e muitos negativos. Mas não vou fugir de me posicionar. Peço sua paciência e tranquilidade para expor a minha escolha.

O candidato Bolsonaro tem a virtude de escancarar os deslizes múltiplos do PT, incrivelmente negados ou reconhecidos com má vontade e tímidos resmungos pelo candidato Haddad. Este por seu lado tem uma formação sólida, que o credencia ao cargo, só que não conseguiu autonomia para se libertar do papel de subalterno de Gleise, uma princesa Léa da Guerra nas Estrelas furreca que vivemos, onde Darth Wader não é o Coiso, mas o hóspede da Justiça em Curitiba. Sim, amigos, é triste dizer. Conheço Lula desde 1983. Para mim o vilão da história que nos trouxe até esse desfecho triste é ele mesmo, o mais ególatra dos políticos que já conheci. E olha que para bater FHC nesse quesito é duro. Nesse ringue de egos dilatados, que não pensam duas vezes em trocar o bem do país pelo conforto deles, tem ainda o Sarney, vivinho da Silva, não por acaso, o grande aliado que sustentou o poder do longo reinado de ambos: FHC e Lula. Que triste fim. Que competição de egos deformados é a política nacional. Que inveja tenho de um pais cujos ex-dirigentes são Jimmy Carter, Barack Obama ou Angela Merkel. Ou qualquer outro anônimo que se colocou à serviço da pátria e não da tentativa de se manter bem na foto e na crista do poder a qualquer custo, como fizeram o trio calafrio.

Chega delongas. Espero que esteja claro o meu desalento e desapreço pelas possibilidades no horizonte. Declaro o meu apreço pela democracia, pela educação, pela questão ambiental e liberdades individuais. Estes são os valores principais que me levam a reprovar as propostas do candidato Bolsonaro. Com respeito a quem vai votar nele, sugiro uma reflexão sobre esses temas. Sou neto de agricultores humildes do interior que sofrem a duras intempéries das últimas décadas. Se não cuidarmos do ambiente, não só o futuro do agro business está ameaçado, mas a nossa própria sobrevivência. Isto não é a minha opinião, são estudos científicos que levaram a mudança de política em países como Alemanha, França e até a China, hoje o país líder em preservação e bom uso de recursos e energia renovável.

Pelas razões acima, meu voto é Haddad. 

Independente de quem vencer domingo, a tarefa de reconstrução do país, arrasado pelos descaminhos recentes (e não estou falando apenas de Temer, vice de Dilma), é imensa. A tarefa será de todos. A resposta deve ser com Educação e Inovação, em todos os setores das atividades.

No dia seguinte à eleição, independente do resultado, estarei pronto para colaborar para o aperfeiçoamento da democracia e a construção de uma nação mais digna para brasileiros e brasileiras de todas as posições políticas, raças, credos e tradições.

Agradeço quem chegou até aqui e puder respeitar meu ponto de vista, sem precisar concordar com ele. Garanto que irei respeitar e aceitar democraticamente o voto de cada um, inclusive daqueles que discordam de mim.

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