Preso em flagrante com dinheiro na cueca e condenado em duas instâncias por corrupção, Berg Lima prometia na campanha de 2016 a diminuição do número de funcionários temporários, sem concurso, na prefeitura de Bayeux.
Mas ao assumir a gestão, o ex-presidiário fez muito pior que o seu antecessor e aumentou o número de contratados em 137%, passando de 914 funcionários (em janeiro de 2017) para 2.170 em março de 2020.
Os dados são do sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado:
Denúncias indicam que grande parte dos funcionários contratados são fantasmas. Uma das denúncias foi feita pelo ex-secretário de Indústria e Comércio, Ramonn Acioli. Ele identificou as irregularidades ao perceber uma enorme diferença entre os servidores que trabalhavam e os que estavam na folha de pagamento.
Outros secretários identificaram o mesmo problema, mas Acioli foi mais incisivo, cobrou uma posição do prefeito e não tendo uma resposta acabou pedindo exoneração e fez a denúncia na tribuna da Câmara.
De acordo com o Ministério Público, com os pagamentos feitos aos 20 servidores fantasmas, Berg desviou um montante superior a R$ 310 mil dos cofres da prefeitura.
Na próxima quarta-feira, 20, o Tribunal de Justiça vai decidir se acata a denúncia do Ministério Público e deverá afastar Berg Lima da prefeitura. Além do afastamento, o MP pede mais de 1.500 anos de prisão:
Também há denúncias de que o prefeito tenha utilizado os cargos para comprar vereadores e impedir os processos de cassação na Câmara Municipal. O ex-presidiário já se livrou de 4 processos e conta com uma tropa de choque fiel no parlamento, mesmo diante da prisão em flagrante, das condenações, das denúncias de corrupção e dos caos na saúde.
Uma parte dos contratados foi demitida em abril, mas o quantitativo ainda não foi atualizado no portal do TCE.