(Arte: Antonio Lucena/VEJA)

De histeria a fantasia: o que Bolsonaro já disse sobre o coronavírus

Desde o início da crise mundial do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, trata como exageradas algumas medidas que estão sendo tomadas no exterior e por governadores de estado no país.

Nos protestos do último domingo (15), por exemplo, Bolsonaro desrespeitou recomendações do Ministério da Saúde e cumprimentou apoiadores. “Se eu resolvi apertar a mão do povo, desculpe aqui, eu não convoquei o povo para ir às ruas, isso é um direito meu. Afinal de contas, eu vim do povo. Eu venho do povo brasileiro.”

Confira, abaixo , declarações do presidente sobre o coronavírus.

NESSE VÍRUS AÍ (27.JAN)

“Estamos tendo problema nesse vírus aí, o coronavírus. O mundo todo está sofrendo. As Bolsas estão caindo no mundo todo, com raríssimas exceções. O dólar também está se valorizando no mundo todo, e no Brasil o dólar está R$ 4,40. A gente lamenta, porque isso aí, mais cedo ou mais tarde, vai influenciar naquilo que nós importamos, até no pão, o trigo. Vai influenciar.”
Ao falar sobre a alta do dólar em transmissão ao vivo nas redes sociais

NO TOCANTE À INFORMAÇÃO (28.JAN)

“Pelo que parece, tem uma família [de brasileiros] na região onde o vírus está atuando. Não seria oportuno a gente tirar de lá [China], com todo o respeito. Pelo contrário, agora não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas. A gente espera que os dados da China estejam reais, só isso de pessoas contaminadas. Se bem que são bastante. Mas a gente sabe que esses países são mais fechados no tocante à informação.”
Sobre a possibilidade de resgatar família de brasileiros que estava em região afetada pelo coronavírus

ESTÁ SUPERDIMENSIONADO (09.MAR)

“Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus. Então talvez esteja sendo potencializado até por questão econômica, mas acredito que o Brasil, não é que vai dar certo, já deu certo.”
Ao falar com a comunidade brasileira em Miami

É MUITO MAIS FANTASIA (10.MAR)

“Durante o ano que se passou, obviamente, temos momentos de crise. Muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga. Alguns da imprensa conseguiram fazer de uma crise a queda do preço do petróleo.”
Durante evento em hotel no centro de Miami

OUTRAS GRIPES MATARAM MAIS (11.MAR)

“Vou ligar para o [ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta. Eu não sou médico, não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento [é que] outras gripes mataram mais do que esta.”
Durante entrevista em frente ao Palácio da Alvorada

GOVERNO ESTÁ ATENTO (12.MAR)

“O sistema de saúde brasileiro, como os demais países, tem um limite de pacientes que podem ser atendidos. O governo está atento para manter a evolução do quadro sob controle.”
Em pronunciamento na televisão e no rádio

“Muitos pegarão isso independente dos cuidados que tomem. Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Devemos respeitar, tomar as medidas sanitárias cabíveis, mas não podemos entrar numa neurose, como se fosse o fim do mundo.”
Quando deu entrevista à CNN Brasil, no dia em que saiu às ruas em protestos contra o Congresso

TEVE CRISE SEMELHANTE (15.MAR)

“Em 2009, 2010, teve crise semelhante, mas, aqui no Brasil, era o PT que estava no poder e, nos Estados Unidos, eram os Democratas, e a reação não foi nem sequer perto do que está acontecendo no mundo todo.”
Em entrevista à CNN Brasil

O presidente Jair Bolsonaro, diante do Planalto, nos protestos de domingo (15)

MAS SEM HISTERIA (15.MAR)

“Porque não vai, no meu entender, conter a expansão desta forma muito rígida. Devemos tomar providências porque pode, sim, transformar em uma questão bastante grave a questão do vírus no Brasil, mas sem histeria.”
Em entrevista à CNN Brasil

NÃO É TUDO ISSO QUE DIZEM (16.MAR)

“Foi surpreendente o que aconteceu na rua. Até com esse superdimensionamento. Tudo bem que vai ter problema. Vai ter. Quem é idoso e está com problema ou deficiência. Mas não é isso tudo que dizem. Até que na China já está praticamente acabando.”
Um dia depois dos protestos, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada

POSSÍVEL DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS (16.MAR)

“Nós estamos em uma briga pelo poder e vou ser fiel àquilo que eu sempre tive com a população brasileira. Não dá para querer jogar nas minhas costas uma possível disseminação do vírus.”
Em entrevista à Radio Bandeirantes

ESTÁ HAVENDO UMA HISTERIA (16.MAR)

“Está havendo uma histeria”, afirmou. “Se a economia afundar, afunda o Brasil. E qual o interesse dessas lideranças política? Se acabar economia, acaba qualquer governo. Acaba o meu governo. É uma luta de poder.”
Em entrevista à Radio Bandeirantes

RESOLVI APERTAR A MÃO DO POVO (16.MAR)

“Se eu resolvi apertar a mão do povo, desculpe aqui, eu não convoquei o povo para ir às ruas, isso é um direito meu. Afinal de contas, eu vim do povo. Eu venho do povo brasileiro.”
Em entrevista à Radio Bandeirantes ​

A VIDA CONTINUA (17.MAR)

“Esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores, no meu entender, posso até estar errado, que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia. (…) A vida continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de pessoas aqui e acolá esporadicamente [que] tem que ser atacado exatamente isso. [É] tirar a histeria. Agora, o que acontece? Prejudica.”
Quando dava entrevista à rádio Super Tupi. Ele disse, ainda, que faria uma “festinha tradicional” em comemoração ao seu aniverário e ao de sua mulher

QUEREM O PIOR DO BRASIL (18.MAR)

“Superar este desafio depende cada um de nós. O caos só interessa aos que querem o pior para o Brasil. Se, com serenidade, população e governo, junto com os demais poderes, somarmos os esforços necessários para proteger nosso povo, venceremos não só este mal como qualquer outro!”
Em publicação na sua conta do Twitter

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