O desprezo pelo meio ambiente corroeu a popularidade de Jair Bolsonaro, que já vinha baixa. De acordo com pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (26), 93,5% dos entrevistados consideram a preservação do meio ambiente muito importante, outros 5,5% acham pouco importante o tema. Apenas 0,5% não acredita ser importante conservar a natureza.
Os números refletem diretamente no aumento de 19% para 39,5% da avaliação negativa do governo Jair Bolsonaro. O levantamento foi feito em agosto, quando as notícias dos incêndios na Amazônia ultrapassaram as fronteiras. A avaliação pessoal dele recuou de 57,5% para 41%, e a desaprovação foi de 28,2% para 53,7% entre fevereiro e agosto.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) havia alertado que a destruição em junho cresceu 88% e em julho 278% na comparação com iguais períodos de 2018. Por causa da destruição acelarada da Amazônia, a Alemanha anunciou a suspensão de quase R$ 155 milhões destinados a projetos de preservação ambiental no Brasil e a Noruega anunciou o bloqueio de cerca de R$ 133 milhões.
O desmatamento também pode gerar sérios prejuízos econômico por causa de eventuais boicotes a produtos brasileiros. Questionado pelo Valor se “é questão de tempo que parem de comprar do Brasil”, o presidente da Abag, Marcello Brito, foi taxativo: “É questão de tempo”.
Foram realizadas 2.002 entrevistas, entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios de 25 Unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.