Ter acesso a uma linha de crédito com baixas taxas de juros, sem tanta burocracia e com parâmetros de análise mais razoáveis é o que mais faz falta para 29% das micro e pequenas empresas do Nordeste. O dado é do Indicador Nacional das Micro e Pequenas Indústrias, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (SIMPI) e revela o que é atualmente um dos maiores impasses de crescimento das organizações.
Defensor de um programa nacional de crédito para pequenos empreendedores, o candidato a deputado federal Heron Cid (PSB) sugere a criação de linhas de crédito acessíveis, que atendam às necessidades dos diferentes tipos de empreendimentos que hoje movem o país, principalmente os micro e pequenos negócios, os pequenos produtores rurais e os empreendedores individuais. Nessa proposta, os empréstimos seriam desburocratizados, com baixas taxas de juros e menos exigências.
Apesar da dificuldade para conseguir empréstimos e linhas de créditos, são as pequenas empresas que lideram as contratações no Brasil. Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que em julho deste ano, 70% das novas vagas são ofertadas pelos pequenos negócios.
“Em um país que tem enfrentado tantas dificuldades para gerar empregos, saber que o segmento dos pequenos negócios, tão desprezado e ignorado pelas grandes instituições financeiras, tem sido responsável por trazer renda e movimentar a economia é surpreendente. O potencial já está escancarado, basta interesse do poder público em multiplicar essas oportunidades e dar condições às pessoas de tocarem seus próprios empreendimentos. Não estão pedindo favor a ninguém”, pontuou o jornalista.
A pesquisa revelou ainda que microempreendedores são os que sofrem mais com crédito inadequado ao tamanho do negócio. As taxas de juros são o maior problema para 38% dos pequenos empresários nordestinos.
Heron Cid relata que esse tem sido um cenário que encontra de maneira recorrente enquanto viaja pela Paraíba e se depara com pessoas que não conseguem aprimorar o próprio negócio devido as entraves das instituições financeiras. “Essa dificuldade é o que vemos em todo o canto do estado. São feirantes, mecânicos, proprietários de lanchonete e de tantos outros estabelecimentos com potencial de ascensão, que ficam estagnados por não terem apoio algum do poder público”, avalia.
Cheque especial – Conforme a pesquisa do SIMPI, devido à dificuldade de conseguir linhas de crédito, os empresários acabam recorrendo ao cheque especial, que se tornou o principal recurso para acesso a capital de giro devido à facilidade de aquisição. A medida, no entanto, pode causar transtornos financeiros e afetar o lucro da organização, devido aos juros elevados.