EMPREENDER: Critério para conseguir empréstimo em ano eleitoral era votar em RC; mulheres eram orientadas a se declararem sacoleiras

Quem lê o minucioso e contundente parecer do Ministério Público Eleitoral pela cassação do ex-governador Ricardo Coutinho na Aije do Empreender, percebe logo que o critério para conquistar o empréstimo em ano eleitoral era um só; votar em RC. O programa era um verdadeiro ‘cabaré’ e os empréstimos tinham como objetivo a compra de votos.

Os depoimentos revelam a total falta de critérios para participar do Empreender, um programa digno de elogios, mas que foi desvirtuado para mudar o resultado da eleição.

Edileuda Leandro Vieira Nogueira (ff. 5.332/5.334 do Anexo 23– Carta Precatória 37ª ZE): “(…) se já obteve algum empréstimo voltado a incentivar o exercício de atividade comercial/empresarial (dados do empréstimo e da atividade 148/217 comercial/empresarial que se pretendia ou que foi desenvolvida): sim, empréstimo no programa Empreender, foi-lhe orientado dizer que queria vender roupas como ‘sacoleira’, nunca utilizou o dinheiro para empreender, e sim para ‘ajeitar’ a casa do irmão e do pai da depoente.”

Josefa Fernandes de Santana Dantas (ff. 3.146/3.148 do Anexo 14 – Carta Precatória 37ª ZE): “(…) se já obteve algum empréstimo voltado a incentivar o exercício de atividade comercial/empresarial (dados do empréstimo e da atividade comercial/empresarial que se pretendia ou que foi desenvolvida): sim, empréstimo no programa Empreender, foi-lhe orientado dizer  que queria vender roupas como ‘sacoleira’, nunca utilizou o dinheiro para empreender, e sim para ‘ajeitar’ a casa do sítio.”

Ricardo Coutinho estava desesperado porque iria perder a eleição no 1° turno, e realmente perdeu, mas conseguiu ir para o 2° turno e com a força da máquina virar o pleito.

Talvez nenhum governador do Brasil tenha abusado tanto da máquina pública para não perder uma eleição. A Aije do Empreender e dos codificados tem elementos para cassar até a alma de Ricardo Coutinho.

O TRE só não cassa se for parcial.

Será que é?

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