Deputada federal mais votada da história do país aos 45 anos, Janaína Paschoal (PSL-SP) não anda muito satisfeita com os sete meses do governo de Jair Bolsonaro. Em entrevista ao UOL, ela disse estar “chocada” com as atitudes do presidente neste início de gestão.
“Eu estou chocada que no início do governo o presidente esteja fazendo isso. Não é comparável com os desvios bilionários, mas não é certo. Eu achava que ele não cometeria erros como esse”, disse em referência à indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, ao cargo de embaixador nos EUA.
Para a deputada, é inadmissível a hipótese do filho do presidente no cargo de embaixador. “Não poderia de jeito nenhum. Não estou desmerecendo o Eduardo. Eu vejo que ele é um dos políticos com futuro mais promissor. Agora, o presidente da República não pode indicar o filho embaixador. Será que nenhum diplomata presta no país? E como isso é recebido no exterior? Na minha leitura, isso fere a lei de improbidade administrativa e é ilegal, mas colegas dizem que não”, disse Paschoal ainda em entrevista ao site.
Ela também criticou o tom usado pelo presidente em suas críticas e nas declarações do dia-a-dia. “Quando ele faz bullying com um ministro em uma live em rede nacional [no último dia 18, Bolsonaro perguntou ao ministro da Infraestrutura se ele tinha parentes “pau de arara” e, diante da confirmação, completou: “sua cabeça não nega”] está, em certa medida, dando mau exemplo”
Sobre seu futuro na política, a deputada negou que esteja de olho na Prefeitura de São Paulo, mas não descartou a Presidência do país no futuro. “Não descarto [concorrer à Presidência]. Mas não para agora. Para a Prefeitura, nunca foi meu desejo. Ela amarra você, porque precisa do governador. Não para fins políticos, mas para a manutenção da sua cidade. Como é que você critica uma coisa muito grave que o governador fez? É difícil”.