O racha na base bolsonarista para as eleições em João Pessoa já é destaque na imprensa nacional. Nesta sexta, 24, o site O Antagonista relatou o fato da semana envolvendo os devotos de Jair Bolsonaro:
Em um evento chamado “João Pessoa Melhor, de Verdade”, realizado nesta quarta-feira, 22, o Partido Liberal (PL) fez um grande esforço para alavancar a pré-candidatura do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga a prefeito da capital paraibana.
O general Braga Netto falou de modo otimista, dizendo que tinha vindo “para fortalecer e mostrar que a direita está unida”, mas logo baixou para um tom realista, prevendo a derrota da direita em João Pessoa, “caso siga dividida para a eleição”.
Nilvan chegou ao segundo turno na eleição anterior para prefeito de João Pessoa, sendo derrotado pelo hoje pré-candidato à reeleição Cícero Lucena (PP). Na eleição do ano passado, foi candidato a governador; ficou apenas em terceiro lugar, mas foi o mais votado na capital.
Virgolino, Cabo Gilberto e Nilvan estão filiados ao PL, mas já tinham afirmado que iriam se desfiliar, caso a direção do partido avalizasse a candidatura de Queiroga.
O trio maior do bolsonarismo paraibano ainda está procurando partido, mas não faltam convites. Por qualquer partido, porém, que lancem a candidatura de Nilvan, o caminho será difícil diante do favoritismo de Cícero Lucena – que tem o apoio do governador João Azevedo (PSB).
Cícero Lucena, por sua vez, é um político pragmático do centro. É provável que enfrente um segundo turno contra o bolsonarista Nilvan ou um quadro petista que está para ser decido entre a deputada estadual Cida Ramos e o ex-prefeito Luciano Cartaxo. Em qualquer caso, o atual prefeito será favorecido na divisão dos votos do candidato que ficar em terceiro lugar.
Quanto a Marcelo Queiroga, suas chances de ir ao segundo turno são remotas. Não é uma candidatura levada eleitoralmente a sério. Sobre isto, Nilvan Ferreira é lacônico: “Ele tem 1% nas pesquisas”.
Os defensores da candidatura de Queiroga acham que o apoio de Bolsonaro é tudo e que tal apoio, já declarado, tornará o ex-ministro da Saúde favoritíssimo. O que atrapalha tal estratégia é que Nilvan e seu grupo fazem ouvidos moucos ao apoio declarado do ex-presidente e se reclamam como os mais legítimos representantes do legado bolsonarista; quer dizer, chutam o PL, mas não largam o osso Bolsonaro.