Para tentar afastar a possibilidade de impeachment, Jair Bolsonaro aderiu de vez ao fisiologismo, ao assistencialismo e ao sindicalismo de resultado, diz a Crusoé. A indicação de Ciro Nogueira para a Casa Civil e a recriação do Ministério do Trabalho para abrigar Onyx Lorenzoni sacramentam “o suprassumo do pragmatismo rastaquera que incorpora ao coração do governo o método do ‘toma lá, dá cá’ tão criticado por Bolsonaro na campanha”.
“A indicação de Ciro Nogueira impôs uma espécie de lei do silêncio à ruidosa milícia digital bolsonarista, que não costuma poupar ataques a quem critica o presidente ou a caciques políticos envolvidos em casos de corrupção. Um silencio eloquente, é bem verdade. Não houve qualquer reação, por exemplo, a um vídeo gravado em novembro de 2017 e que voltou a circular nas redes sociais nesta semana, em que o senador do Piauí afirmou que Lula foi “o melhor presidente da história desse país” e que tinha “muita restrição” a Bolsonaro porque ele “é um fascista preconceituoso”. Como o presidente não mudou suas posições de quatro anos para cá, é lícito supor que Nogueira virou aliado de primeira hora de um fascista e o que foi chamado de fascista aceitou dar guarida a quem o tachou como tal. Tudo pelo poder.“