Por um lado, Ricardo Coutinho, que já fez aliança com toda a direita na Paraíba, incluindo PSDB e DEM. Por outro, Luciano Cartaxo, que mais do que fazer alianças, vem migrando para a direita desde 2015. Ambos responsáveis pelo enfraquecimento da esquerda na Paraíba, encontram-se cada dia mais isolados.
Coutinho tem o PSB que, sem a máquina, não tem a mesma força militante. Cartaxo vê seus aliados de direita pulando um a um do barco, voltando para suas origens.
Como lobos famintos no deserto, olham sedentos para a candidatura de Anísio Maia (PT), consagrada por unanimidade no partido. O PT se atreveu a caminhar com as próprias pernas em João Pessoa. O gigantesco tempo de TV e o nome do presidente Lula são os grandes atrativos para os pragmáticos Coutinho e Cartaxo. Porém, há uma questão simbólica. Sem o PT, ambos não teriam o verniz progressista que serve para os dois como um oásis no deserto que estão prestes a atravessar.
Elo frágil
O elo frágil na Paraíba seria o presidente estadual do PT, Jackson Macedo, que já demonstrou publicamente simpatia pela aliança com Coutinho e Cartaxo. O pretexto seria lutar contra o bolsonarismo, mesmo que Ricardo e Luciano tenham seus bolsonaristas de estimação. Mas, mesmo Macedo já teria desistido dessa ideia em respeito à unidade partidária.
Anísio Maia
Com perfil combativo, sem medo de enfrentamentos, Anísio Maia agrada a militância petista. Pesquisas apontam que seu nome não encontra rejeição no eleitorado da capital. Coutinho e Cartaxo devem ter visto essas mesmas pesquisas.
Além disso, a candidatura de Anísio Maia representa um Norte para o PT, uma vez que, durante mais de 15 anos, o partido perdeu protagonismo na Paraíba ao fazer sacrifícios em nome do projeto nacional.
Contraproposta
Não é de se espantar se Anísio Maia convidar o PSB a apoiar seu nome, com a tese da unidade das esquerdas, o que exclui Cartaxo. Se eu fosse Anísio, eu não abriria nem para um trem. Se os dois ex-petistas estão querendo o PT é porque o partido acertou em lançar seu nome.