O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, que já foi cotado como um eventual ‘Plano B’ do PT, disse hoje que o partido pode abrir mão da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso há mais de três semanas, para ser vice de Ciro Gomes, do PDT. “Sempre defendi que, após 16 anos, estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica 30 anos. Em geral fica 12, 16, 20 anos. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou à vontade neste território”, disse ele, em Curitiba, ao jornalista Ricardo Galhardo.
Em resolução recente, no entanto, o PT lançou oficialmente a candidatura Lula, sob o mote ‘Lula livre, Lula inocente, Lula presidente’. No entanto, Wagner defendeu as articulações feitas pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que também é citado como alternativa do PT a Lula, e já se reuniu duas vezes com Ciro neste ano.
“O Haddad teve uma conversa sobre a economia brasileira e acharam que era sobre política eleitoral no estrito senso. Esse é o caminho. Eu continuo na minha posição. O PT vai sustentar a candidatura do Lula até que alguém diga que ele está interditado definitivamente. Ninguém traça uma estratégia já pensando em plano B”, afirmou. “Acho que tem que conversar com todo mundo. Não só pensando na questão eleitoral mas pensando em como retomar um processo de crescimento sustentável com distribuição de renda no Brasil. Então acho que conversar com Ciro, Manuela (D’Avila, do PC do B) e Joaquim (PSB), faz parte da política”.