Quem acompanha o blog sabe que faço duras críticas ao deputado federal Julian Lemos. Ou seja, sou insuspeito em defendê-lo. Não que eu concorde com sua ideologia conservadora, muito pelo contrário, temos ideologias abissalmente opostas.
Porém, no caso envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, não há como negar que Julian está coberto de razão e se mantém fiel ao discurso de 2018.
Apesar de ter passado mais de 20 anos coçando os ovos na Câmara Federal, Bolsonaro se apresentou na campanha como o antipolítico, mas logo que assumiu o mandato se agarrou ao ‘Centrão’; um conjunto de partidos fisiológicos que faz da política um grande negócio.
Um dos símbolos do Centrão é o deputado Aguinaldo Ribeiro, réu no ‘quadrilhão do PP’ e mais novo queridinho do Mito, postura que Julian tem criticado.
Enquanto Bolsonaro ajuda a implodir a Lava Jato para, por tabela, beneficiar o filho senador no STF, Julian continua defendendo a Lava Jato e os mecanismos de investigação em sua integralidade.
Para proteger interesses pessoais e familiares em detrimento de valores republicanos, vê-se Bolsonaro avançar sobre o comando de órgãos, instituições e entidades públicas que andaram descobrindo coisas que ele não queria que fossem descobertas.
O presidente tenta proteger suspeitos de corrupção, dentro e fora de seu clã. Inclusive, até hoje não demitiu o ministro do Turismo, denunciado no escândalo das candidaturas laranjas.
Bolsonaro quer ter o controle dos órgãos que concentram dados, não para combater corruptos, mas para defender os filhos. Tudo ao contrário do que ele prometeu na campanha.
A mamata continua, inclusive com os milhões gastos com o cartão corporativo da Presidência.
É fácil concluir que Julian tem mantido coerência com o discurso da campanha. Quem mudou foi Bolsonaro.
A ingratidão e a covardia também tem sido a marca do presidente. É só lembrar do que ele fez com Bebbiano, General Santa Cruz, Luciano Bivar, Frota, Magno Malta, entre outros.