Independente das ideologias, todo prefeito de cidade grande busca manter as pontes com governo federal para atrair recursos e convênios. Foi assim que o ex-prefeito de Campina, Romero Rodrigues, construiu o Aluízio Campos – um dos maiores conjuntos habitacionais do país – em parceria com o governo Dilma.
Os rumores da aliança do PSD, de Kassab, com o ex-presidente Lula, a princípio seria uma saia justa para Romero Rodrigues e Bruno Cunha Lima. Mas, na verdade, representa um cenário favorável para a gestão de Bruno.
O prefeito de Campina já deixou claro que vota em Bolsonaro contra Lula. E considerando o perfil de Kassab e a importância de Campina Grande – uma das maiores cidades do interior do Brasil – Bruno não sofreria nenhum constrangimento da direção nacional a ponto de trocar de partido.
Caso Bolsonaro conquiste a reeleição (o que é bastante improvável), Bruno Cunha Lima manterá suas pontes com o governo federal. Mas se Lula sair vitorioso numa aliança com o PSD, Bruno terá um cacique da importância de Kassab para manter uma boa relação com o Brasília, atraindo recursos e convênios.
Ou seja, o que parecia um limão pode virar uma limonada. Basta Bruno Cunha Lima não mergulhar de cabeça no bolsonarismo decadente durante a eleição.