O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a criação de um imposto sobre pagamentos semelhante à extinta CPMF como forma de aliviar tributos sobre a folha de pagamento. Para ele, uma tributação parecida com a CPMF seria um jeito eficiente e rápido de arrecadar, desde que a alíquota seja baixa. “Pequenininho, [o tributo] não machuca”, disse.
Em evento na noite desta terça-feira (20) em São Paulo, voltado para empresários e executivos, Guedes declarou que um tributo sobre transações financeiras é “horroroso”, mas melhor do que manter os altos encargos que encarecem a contratação de empregados.
Segundo ele, o imposto sobre transações “baixinho e que funciona” é uma forma de arrecadar dinheiro de forma mais rápida. “Entre um imposto horroroso, muito feio, e a opção por desoneração da folha, prefiro abraçar o feioso a ficar com a oneração da folha do jeito que é hoje”, disse o ministro, afirmando que esta é uma escolha da sociedade.
“Hoje, um jovem vai chegar e ter o primeiro emprego, saindo da faculdade para trabalhar, ganha R$ 1.000 de salário e custa R$ 2.000. Precisa reduzir os encargos trabalhistas. Entre um imposto horroroso e a opção pela desoneração da folha, prefiro abraçar o feioso.”
Guedes descreveu ainda de que forma pretende apresentar a proposta da reforma tributária. “Nós não vamos surpreender”, disse o ministro aos empresários presentes no evento. Segundo ele, a reforma será proposta com base em três pilares –entre eles o tributo “pequenininho”.
“O primeiro pilar é o dos impostos indiretos. Nós queremos acabar com essa proliferação de impostos indiretos. É um manicômio: PIS, Cofins, IPI. É muito imposto”, afirmou Guedes. A ideia é reduzir tudo para um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) federal, um imposto único federal, e não estadual. “Por que não estou metendo a mão nos estados e municípios como está na outra proposta? Porque eu sou um liberal, o que eles chamam de guerra fiscal, eu chamo de liberdade”, disse.
O segundo pilar, segundo Guedes, é o imposto de renda, com aumento de alíquotas e redução de algumas deduções. “Aliás, o Brasil deveria ter imposto de renda um pouco maior e menos impostos indiretos”, defendeu o ministro, afirmando que está se “policiando” por ter prometido não aumentar os impostos.
Sobre a CPFM, o terceiro pilar, Guedes disse que pretende deixar este “dilema” em aberto. “Querem 20% de encargos trabalhistas, os 13 milhões de desempregados e 10 milhões de desalentados, deixa do jeito que está. Quer testar um imposto sobre transação pequenininho, baixinho e que funciona?”, questionou. “Acho oneração de folha de pagamento um crime contra os brasileiros”, disse.
UOL