Mangabeira Unger: Nem Lula nem Bolsonaro vão tirar o Brasil do primitivismo

O filósofo e jurista Roberto Mangabeira Unger (foto), 76 anos, desembarcou no Brasil neste fim de semana para participar de uma série de encontros sobre desenvolvimento regional com as lideranças do Congresso. “Precisamos abandonar um modelo de desenvolvimento que consiste em distribuir compensações pelo atraso relativo e equipar as vanguardas de cada região”, diz ele. “Essas vanguardas são a segunda chance do Brasil.”ema do desenvolvimento regional foi um dos que ocuparam Mangabeira Unger nas duas oportunidades em que ele foi chefe de uma pasta na administração federal, a Secretaria de Assuntos Estratégicos, primeiro no governo Lula e depois no governo Dilma. Seu trabalho intelectual, no entanto, o inclui na tradição dos intérpretes da sociedade brasileira e dos formuladores de projetos nacionais. Mangabeira Unger nasceu no Rio de Janeiro em 1947, mas ensina filosofia e direito na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, há mais de cinco décadas.

Nesta entrevista ao Encontro Antagonista realizada em São Paulo neste domingo, 6, o professor diz que nenhum dos dois líderes que hoje polarizam a política brasileira está  apto a criar uma “economia do conhecimento includente” que permita ao país avançar. “O brasileiro pobre tem um horizonte econômico e espiritual que é pequeno burguês. Ele aspira a uma modesta prosperidade e independência”, diz. “Nem Lula nem Bolsonaro são os líderes de que o Brasil precisa para sair do primitivismo.”

Mangabeira também fala sobre as guerras culturais e identitárias, o crescimento da religião evangélica, o papel dos militares e o relacionamento entre os Três Poderes. Assista à íntegra da entrevista no vídeo a seguir:

 

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