Tem tirado o sono do governador Ricardo Coutinho a possível volta do prefeito Luciano Cartaxo à disputa ao Governo do Estado. Favorito disparado, Cartaxo é a grande pedra no caminho do PSB, ainda mais agora que a campanha foi encurtada para 45 dias, reduzindo as chances de candidatos desconhecidos do eleitorado.
O prefeito é o único que disputa os mesmos eleitores de Ricardo Coutinho na Grande João Pessoa. Logo, representa um antídoto a possível transferência de votos de Ricardo a favor de João Azevedo. Coisa que já aconteceu na eleição de Estela, em 2012, e Cida Ramos, em 2016. Além disso, o perfil de Cartaxo é parecido com o de RC, porém, mas leve e com menos rejeição. Ambos tem origem na esquerda, militaram nos movimentos sociais e já foram do PT.
Luciano hoje é o único capaz de derrotar um governo com quase 80% de aprovação, e sua desistência – espertamente – inverteu o jogo e agora faz com que líderes da oposição implorem pela sua candidatura. A verdade é que a oposição perdeu o time, ficou de “mimimi” demais e erroneamente deixou Romero Rodrigues brincar de pré-candidato quando todos sabiam que ele não seria.
Assim como o “Volta Agra”, em 2012, o “Volta Cartaxo” começa a ganhar corpo e forma, principalmente após o pedido do ministro Gilberto Kassab para que Cartaxo dispute o governo. A diferença em relação ao saudoso Luciano Agra é que Cartaxo só depende de si, e Agra dependia de um partido que ele não tinha maioria no diretório.
Luciano Cartaxo não teria nada a perder ao reconsiderar sua desistência. Muito pelo contrário. Nesse meio tempo tem ganhado mídia e popularidade. E ainda mostrou pra oposição quem precisa de quem.
Mesmo sem o apoio de Maranhão e com um provável segundo turno, a matemática política é favorável a Luciano Cartaxo. O senador Maranhão – que agora surfa no recall, mas será engolido nos debates e pela máquina do Estado – deverá terminar a eleição em terceiro lugar, obtendo entre 15 e 17% dos votos.
E mesmo que o senador apoie o candidato do PSB no segundo turno, ainda não seria o suficiente para derrotar Cartaxo, que hoje tem potencial para terminar o primeiro turno com mais de 40% dos votos.
A perspectiva de vitória é grande, principalmente com o apoio de Romero Rodrigues e uma grande ala do MDB.
Hoje o maior argumento para que Cartaxo reconsidere a sua decisão chama-se “cavalo selado”…