O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta quarta-feira (16/3) que a Petrobras deve ajustar as recentes flutuações no preço internacional do barril do petróleo, mas avaliou que a população brasileira precisa entender que o preço do combustível não vai voltar aos patamares anteriores.
Mourão prosseguiu afirmando que o mercado começa a se reequilibrar. O preço do barril do petróleo bateu a marca de US$ 139 em momentos mais críticos do conflito no leste europeu e recuou para menos de US$ 100 nesta semana. “Essa flutuação acredito que a Petrobras ela vai encaixar isso aí e vai haver uma redução”, continuou o vice.
“Agora, uma realidade a gente tem que entender: o preço do combustível, fruto até da questão da transição energética que nós temos que viver, ele não vai voltar aos patamares que a gente gostaria. Não vamos mais, na minha visão, pagar R$ 4 por litro de gasolina, vai ser difícil isso acontecer”, avaliou.
“Pode baixar aí, voltar para o meia dúzia. Mas vamos lembrar que há uns dois, três anos estávamos pagando R$ 4,50, R$ 4,60”, completou.
Na terça-feira (15/3), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou esperar que agora, com a queda no preço do barril de petróleo tipo Brent, referência internacional, a Petrobras acompanhe a flutuação para baixo.
“Estamos tendo notícias de que, nos últimos dias, o preço do petróleo lá fora tem caído bastante. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda a certeza, ela fará isso daí”, disse o presidente, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem mostrado indignação perante o aumento anunciado pela empresa na semana passada – alta de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel. O acréscimo foi agravado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de 20 dias.
Reajuste no preço dos combustíveis
O reajuste anunciado pela Petrobras começou a valer na última sexta-feira. O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
O GLP, conhecido como gás de cozinha, também ficou mais caro. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16,1% e passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg.
“Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”, afirmou a estatal, em comunicado.
A empresa argumentou que os valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia.