A extrema-direita brasileira precisa urgentemente ser estudada, principalmente sobre seus valores, como o nacionalismo. Ex-candidato ao governo da Paraíba, o bolsonarista Nilvan Ferreira foi às redes sociais criticar a mudança da política de preços da Petrobrás, que agora não será mais atrelada ao dólar, mas ao custo de produção nacional.
Ou seja, vai cobrar em real aquilo que é produzido em real, fazendo valer seu papel enquanto empresa pública, e cumprindo com sua função social.
Estamos caminhando para o mesmo destino da Argentina e da Venezuela! pic.twitter.com/sljE5Et0fo
— Nilvan Ferreira (@nilvanferreira) May 16, 2023
Em contato com Nilvan Ferreira, pedi um esclarecimento sobre a sua postagem e recebi a seguinte resposta:
Eu acho que tirar a Petrobras do cenário da política internacional vai causar essa baixa agora (imposta pelo governo) mas isso vai causar reflexos negativos a médio e longo prazo. Vamos causar fuga de investidores da empresa, deixar a Petrobras sem competitividade e vai ocorrer a mesma coisa que houve no período da Dilma. A Petrobras não precisa de intervenção do governo. A empresa precisa estar observando o cenário internacional pra não perder seu papel.
Resumindo, Nilvan defende que o consumidor brasileiro continue pagando o combustível em dólar, mesmo a Petrobrás sendo responsável por 80% do petroléo que é refinado.
Nilvan e a extrema-direita precisam entender que a função da Petrobrás – enquanto empresa estatal – não é dar lucro para acionista, muito menos prejuízo para o governo; mas parar de assaltar o consumidor que abastece seu veículo, cobrando em real aquilo que é produzido em real, porque aqui ninguém ganha em dólar.
Também não se trata de intervenção, mas justiça com o povo brasileiro que foi usado para enriquecer ainda mais os acionistas da Petrobras, que continuarão a ter lucros, mas sem a exorbitância de antes.
A criminosa política de preços da Petrobras implantada pelo ex-presidente Michel Temer e com as digitais do PSDB (Pedro Parente) criou o maior programa de transferência de renda do pobre para o rico. Isto mesmo. Do pobre para o rico. Geralmente as políticas de transferência de renda têm o objetivo inverso.
Só pare se ter uma ideia, em 2022, a Petrobrás dividiu R$ 215 bilhões com seus acionistas. Dinheiro que saiu do bolso do povo trabalhador e foi parar no bolso de alguns milionários.
O bolsonarismo pode ser tudo, menos patriota e nacionalista.