O blefe está para a política como a bola para o futebol. E de blefe Ricardo Coutinho entende muito bem. Foi blefando que ele declarou internamente apoio à candidatura de Avenzoar Arruda para prefeito de João Pessoa, em 2004. O acordo (assinado) foi uma compensação por Avenzoar abandonar seu mandato de deputado federal para disputar o governo (2002) pelo PT sabendo que perderia a eleição.
Mas Ricardo tratou de arrumar outro partido e deixou Avenzoar a ver navios.
E agora ele blefa de novo com Lígia Feliciano. Mas o objetivo é outro; fazer a vice-governadora abandonar a pré-campanha, uma vez que o crescimento da pré-candidatura de Lígia ofusca nomes do PSB e representa uma ameaça ao projeto pessoal de Ricardo, que ele tenta vender como projeto político. Mas não é.
Em abril, Ricardo quer uma Lígia fragilizada, dependente e convencida de não ter mais chances eleitorais.
Aí ele oferece um calaboca, sai do governo e disputa o Senado.
Foi blefe.