O jornalista Suetoni Souto Maior trouxe novas informações sobre a Operação Calvário e a delação de Livânia Farias. Em novo depoimento, Livânia revelou mais detalhes, principalmente sobre ocultação de patrimônio adquirido com a propina desviada da Saúde.
Nos bastidores, comenta-se que o chefão da ORCRIM (organização criminosa) será preso em breve. Eu não faço ideia de quem seja o chefe, mas segundo o delegado e deputado estadual Walber Virgolino, o ex-governador Ricardo Coutinho é o mentor da ORCRIM.
Outros deputados também já taxaram explicitamente Ricardo Coutinho de ladrão.
Será?
Só a Operação Calvário dará certeza.
Confira a informação do jornalista Suetoni Souto Maior:
Os bastidores da política e da Justiça andam movimentados nos últimos dias por causa de novas declarações da ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, dadas ao Ministério Público da Paraíba (MPPB). A ex-gestora, considerada chave para as investigações, teria dado nomes, endereços e detalhes sobre bens adquiridos por autoridades com dinheiro ilegal. Os fatos foram relatados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os dados em análise devem fundamentar novas operações relacionadas com a Operação Calvário.
Livânia, ainda como secretária, foi presa preventivamente no dia 16 de março e foi liberara para o cumprimento de medidas cautelares pouco mais de um mês depois. Ela deixou a 6ª Companhia da Polícia Militar no dia 23 de abril. Em colaboração premiada, revelou também esquemas relacionados ao pagamento de blogs e portais. Haveria, segundo ela, uma triangulação fruto de dinheiro de propina. A fonte principal dos pagamentos era a Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul. A organização social, junto com o Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (Ipcep), geriu recursos da ordem de R$ 1,1 bilhão pagos pelo Estado.
O Gaeco acusa o governo de ter qualificado a Cruz Vermelha como organização social de forma irregular. Desde o início da prestação de serviço, em 2011, houve seguidas denúncias de desvios de recursos, fraudes em licitações e sobrepreço nos serviços. Os alertas foram feitos pelos tribunais e contas do Estado e da União. Os casos foram ignorados pelo Estado. O TCE, inclusive, demorou mais de oito anos para julgar e imputar débitos aos responsáveis pelos contratos. Cruz Vermelha e Ipcep são responsáveis pela administração do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, além do Regional de Mamanguape e Metropolitano de Santa Rita.
Além de Livânia, outras autoridades foram alvos de mandados expedidos pela Justiça na Paraíba. A relação inclui o ex-secretário de Planejamento, Waldson de Sousa, e o ex-procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro. No caso de ambos, houve busca e apreensão. Os dois pediram para deixar o governo após as polêmicas. Carneiro, vale ressaltar, decidiu deixar o governo antes de se tornar alvo da Calvário. Os desdobramentos da operação, no entanto, não tendem a parar por aí.
Pelo que o blog apurou, para muitas autoridades paraibanas, o calvário ainda nem começou…