Para desespero dos membros da ORCRIM Girassol, principalmente o ex-governador Ricardo Coutinho, a operação Calvário não tem cometido os mesmos erros da Lava Jato, e muito menos o procurador Octávio Paulo Neto tem vocação para ser Deltan Dallagnol.
Após a decisão correta do ministro Edson Fachin suspendendo a condenação do ex-presidente Lula, e da suspeição de Sérgio Moro pela 2° Turma do STF, os assaltantes dos cofres públicos na Paraíba tentaram pegar carona nas duas situações. De forma oportunista, tentam criar uma narrativa de perseguição política, mas isto o povo já rechaçou energicamente nas urnas.
Em entrevista recente, o procurador Octávio Paulo Neto comentou, de maneira muito sensata, os fatos envolvendo Sérgio Moro e a Lava Jato:
O caso de Moro é emblemático, ele se deixou consumir pela vaidade e expôs todo o esforço de combate a corrupção, que teve como último ato sua ida para o Ministério da Justiça, pois fortaleceu hipóteses de parcialidade e não considerou as externalidades peculiares ao Brasil, entre as quais a tecitura e profundidade do sistema político.
E aqui, eis o primeiro grande diferencial entre a Lava Jato e a Calvário. Jamais vão pode acusar Octávio Paulo Neto de ser vaidoso e personalista, como fizeram com Moro e Dallagnol. Muito pelo contrário, a discrição de Paulo Neto até atrapalha o ofício dos jornalistas.
Muito menos poderão acusar Octávio Paulo Neto de ser parcial, pois como provam os fatos dos últimos dias, a Calvário tem atingido gregos e troianos, doa a quem doer.
Felizmente, a Operação Calvário aprendeu com os erros da irmã mais velha e, até aqui, o devido processo legal e a Constituição são seguidos à risca, impedindo qualquer brecha para que os corruptos daqui escapem da Justiça ou tentem inventar nulidades.