Em sua colaboração ao Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Calvário, o ex-secretário dos governos de Ricardo Coutinho, Waldson Souza, isentou seu ex-advogado Francisco Ferreira de participação na organização criminosa. De acordo com o relato de Waldson, ele sugeriu a Francisco Ferreira que encerrasse a sociedade com o advogado Saulo Pereira, ligado a Daniel Gomes (ex-Cruz Vermelha), pois este estava tentando utilizar o escritório para atividades ilícitas. Confira:
SAULO PEREIRA era assessor jurídico da Cruz Vermelha, trabalhando na Paraíba desde o início do contrato da Cruz Vermelha com o Estado. Era responsável por atuar junto a Secretaria de Saúde nas defesas que eram necessárias para o TCE e ações judiciais. Na Organização Criminosa, atuava no núcleo financeiro operacional, e cumpria o papel de representante de DANIEL GOMES.
SAULO PEREIRA Permaneceu atuando junto à Cruz Vermelha até meados de 2016, quando me relatou que estava deixando a Paraíba dificuldades na Cruz Vermelha e que não conseguia se estabelecer com escritório de advocacia próprio, pois seria necessário conseguir outros advogados e de investir algum recurso.Ao escutar este relato, ocorreu-me de indicá-lo a FRANCISCO FERREIRA, que era amigo pessoal meu e estava precisando de alguém para dividir despesas do escritório.
Ocorre que o afastamento entre SAULO PEREIRA e DANIEL GOMES nunca ocorreu, de modo que aquele passou a despachar com esse no escritório, bem como a tentar viabilizar sua situação financeira a partir de um acordo com DANIEL GOMES.
Importante ressaltar, por fim, nesse capítulo, que SAULO PEREIRA e DANIEL GOMES me fizeram proposta de composição societária no referido escritório, mas que nunca foi celebrada — inclusive tendo eu informado a FRANCISCO FERREIRA que encerrasse aquela sociedade, pois DANIEL GOMES estava tentando utilizar o escritório para atividades que poderiam prejudicá-lo, conselho que foi seguido por FRANCISCO FERREIRA.