Como explicar que um prefeito que chegou na eleição com 40% de ótimo e bom (tinha quase 60% antes da pandemia) não tenha conquistado 20% do eleitorado para a sua candidata chegar ao 2° turno? Uma sucessão de erros explica o fracasso do prefeito Luciano Cartaxo e de Edilma Freire.
Primeiro, Cartaxo abusou demais da sorte. Logo após a prisão de Ricardo Coutinho, em dezembro de 2019, o prefeito deveria ter lançado seu sucessor. O principal adversário estava bichado e seu partido tinha virado sinônimo de corrupção.
Segundo, a lambança em lançar vários pré-candidatos (Daniella Bandeira, Diego Tavares, Edilma e Socorro Gadelha), foi a maior burrice já vista na política de João Pessoa. Os três preteridos se sentiram traídos e foram à caça dos votos de Edilma, inclusive dentro da prefeitura. Cartaxo também poderia ter apoiado um aliado, a exemplo de Ruy Carneiro e Manoel Jr. Teriam ido ao 2° turno e como favoritos.
O terceiro erro foi ter escolhido uma ilustre desconhecida para ser vice de Edilma. Quem danado é Marina Feliciano no jogo do bicho? Até eu eu tenho mais votos que essa moça. E olha que nem voto eu tenho.
O quarto erro foi ter buscado uma aliança com Ricardo Coutinho, protagonista do maior escândalo de corrupção da Paraíba. Edilma teve sua imagem associada ao ex-presidiário e a atitude revelou que Cartaxo é capaz de vender a alma ao Diabo pelo poder.
O quinto erro foi a campanha propriamente dita. A comunicação não empolgou e a propaganda não era criativa, como a de Ruy, por exemplo. Edilma também não conseguiu se consolidar como a continuidade de uma gestão bem avaliada.
Mas ela não teve culpa. Era a pessoa errada no lugar errado. Edilma não passou confiança, e o eleitor enxergava nela apenas a cunhada do prefeito. Numa cidade do interior, Cartaxo teria logrado êxito. Aqui não.
Erraram até no jingle da campanha, onde se cantava “Edilma e Mariana, pro amor seguir em frente“. Eleitor não quer amor de político, quer trabalho. E por que colocar uma ilustre desconhecida no refrão de um jingle? Que loucura!
Enfim, esta sequência de erros explica o fiasco que foi a eleição de Edilma.
A candidata do prefeito teve 47 mil votos, e a prefeitura possui 20 mil comissionados e prestadores de serviços. Multiplicando este número por 2, é como se Edilma tivesse sido votada apenas pelos empregados da prefeitura.
Uma decepção.