Em nota divulgada nas redes sociais, a ex-primeira da Paraíba, Pâmela Bório, afirma que teve receio de ser envenenada após descobrir o que Ricardo Coutinho era e o que ele fazia. Pâmela se refere às caixas de dinheiro que ela encontrou na Granja Santana enquanto esteve casada com o ex-governador.
“Óbvio que a motivação da minha separação em abril de 2013 e posterior divórcio em 2015 foi justamente a descoberta de quem era e o que fazia e claramente só tive segurança em denunciar na PGR e na PF após sair da Granja, onde passei bom tempo só comendo o que eu via ser feito com receio de ser envenenada.”
O que não é nenhuma novidade, pois Pâmela já reiterou por diversas vezes ter encontrado caixas de dinheiro na residencia oficial do governo. Mas até então Pâmela não tinha revelado o receio em ser assassinada:
Confira a nota na íntegra:
SOBRE (IN)JUSTIÇA
Por Pâmela Bório – jornalista
Que tipo de gente defende o mal? Que tipo de gente defende a injustiça? Que tipo de gente defende a roubalheira?
Quando proferi discurso em ato do último domingo, dia 07, me permiti ser a voz dos que não têm voz, mortos ou vivos, mas todos injustiçados, roubados, prejudicados por uma quadrilha responsável pelo 2º maior escândalo de corrupção do país, perdendo apenas para o caso do PT e revelada pela Operação Calvário, ainda em andamento… Bilhões de reais foram desviados da saúde – por isso tanta gente com péssimo atendimento médico (quando tem!) e, pior, tantos morrendo nos hospitais públicos!
Mas os culpados não são apenas os ladrões – eles acreditam na impunidade apoiados em cúmplices no judiciário. E tão grave quanto os atos criminosos é também a omissão – hoje, inclusive, o meu pastor destacou sobre este pecado no culto da manhã. Então, contra um judiciário que é cúmplice, omisso ou covarde (leia-se, uma parte do judiciário, e não O judiciário), me levanto e repudio, tendo absoluta certeza de que toda a maioria do povo compartilha da mesma indignação e repulsa. Eu defenestro um judiciário criminoso que envergonha a toda uma categoria profissional, eu combato os que maculam a todos os justos e honestos do judiciário – e também fora dele. Ao passo que eu apoio incondicionalmente todos os grandes profissionais, aos juízes perseguidos como o Moro – saibam que aqui na Paraíba temos muitos como ele. Particularmente vi duas juízas serem colocadas em suspeição apenas por seus ofícios livres de compactuações com o poder executivo, como as admiráveis excelências Tulia Neves e Lucia Ramalho.
Quem ousa apoiar práticas tão nefastas? Somente quem acoberta ou pratica as mesmas péssimas ações. Continuarei combatendo a corrupção onde estiver, dentro ou fora do judiciário, da política, do partido… Por toda a população que é vitimidada, por todos os juristas que, assim como eu, passaram muitos anos de sua vida estudando e se esforçando por uma vida melhor para sua família e para a sociedade, por todos da imprensa que não podem falar a verdade dos fatos, aqui estou.
Para desviar o foco das minhas denúncias do domingo, passaram a me execrar publicamente, me injuriaram de “louca”, de “caloteira” pelo leilão (no ano passado) de um imóvel com irregularidades no financiamento, fabricaram nudes como se, absurdamente, eu tivesse postado tais fotos aqui no Instagram, disseminaram memes como se as causas das denúncias fossem interesses em cargos de quem nem tem capacidade para tal oferta, inventaram mentiras diversas… Questionaram até o porquê de “só depois de romper relações matrimoniais com o ex-governador Ricardo Coutinho, Pâmela Bório descobriu que ele não presta e que é chefe de quadrilha”… Óbvio que a motivação da minha separação em abril de 2013 e posterior divórcio em 2015 foi justamente a descoberta de quem era e o que fazia e claramente só tive segurança em denunciar na PGR e na PF após sair da Granja, onde passei bom tempo só comendo o que eu via ser feito com receio de ser envenenada.
Bom, nesta semana tudo foi feito para que minhas denúncias fossem ofuscadas. Pressionaram até o TJ para emitir nota de repúdio contra mim – o que não aconteceu, obviamente. Ao contrário, a Associação dos Magistrados da Paraíba não deveria ser condescendente com um judiciário que aceita ser subjugado ou que se mantém em conluio com criminosos. Deveria haver gratidão por alguém que se sujeita a todo tipo de retaliação por lutar pelos direitos, pela Lei, por um judiciário mais coerente com sua missão em promover a justiça.”