A Paraíba deve perder 134 médicos cubanos que participam do programa social Mais Médicos no Brasil. O Ministério da Saúde de Cuba divulgou a decisão de não fazer mais parte do projeto porque que as mudanças anunciadas pelo novo governo brasileiro descumprem as garantias acordadas desde o início do projeto, há cinco anos.
De acordo com assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, os médicos cubanos atuam em 70 municípios do estado, em Unidades Básicas de Saúde da Família, que ficarão, cada uma, com um profissional a menos.
Em nota, o Governo de Cuba afirmou que considera que a ideologia do presidente eleito do Brasil em 2018, Jair Bolsonaro, ameaça a integridades dos profissionais cubanos. E também não admite que o gestor questione a preparação dos médicos para condicionar a permanência deles no programa.
Já o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou, através de uma rede social, que o governo cubano não aceitou as condições estabelecidas para manter o programa Mais Médicos. “Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, justificou.
No documento, o governo cubano considera, ainda, inaceitável que o profissionalismo cubano seja questionado tendo prestado serviços em 67 países. “Portanto, perante esta triste realidade, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos”, diz a nota.
O Ministério da Saúde enxerga o programa Mais Médicos como uma conquista social e “agradece pelo respeito, sensibilidade e profissionalismo” com os quais os médicos cubanos foram tratados no Brasil até o momento.