Estive na Manifestação em Defesa da Educação Pública que aconteceu nesta terça, dia 15, aqui em João Pessoa e de lá sai com uma constatação:
Ou o campo progressista abandona a pauta partidária em nome de um unificação de uma frente ampla e democrática contendo pessoas de direita, esquerda, progressistas e até conservadores com compromisso nacional; ou, continuaremos patinando e jogando o jogo que Bolsonaro adora: acusar todos os que denunciam a incompetência e o autoritarismo institucional do seu governo de petista.
Toda mobilização em torno da defesa da educação pública é legítima, sobretudo quando a pauta é corte no orçamento da educação. Sim, corte! Por que todo contingenciamento no final acaba se transmutando em corte, já que os recursos contingenciados não são restituídos com as devidas correções. Foi assim com Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer e será agora com Bolsonaro.
Não bastasse isto, a forma abrupta com a qual o atual governo promove esse contingenciamento – no meio de um ano acadêmico -, além de merecer todo repúdio, ainda denuncia a incompetência do seu planejamento feito por amadores!
Diante deste contexto, toda crítica é válida. No entanto, utilizar uma manifestação com a magnitude da EDUCAÇÃO para promover a pauta do “LulaLivrismo” é de uma irresponsabilidade fora do comum.
Recorrer a esta tática velha e batida é abdicar da possibilidade de ampliar o movimento para fora… é ainda, tentar atrair pessoas que se interessam pela pauta para dentro de bolha partidária periclitante.
As manifestações deste 15 de maio foram muito significativas, mas o sequestro partidário da pauta é um absurdo. Necessária e urgente é a avaliação sobre o que é realmente prioritário para as nossas reivindicações.
A Luta é pela EDUCAÇÃO. Pela EDUCAÇÃO!!! Entre Lula e a Educação, a Educação. Entre Lula é o Brasil, o Brasil.
Educação Livre!
- Rômulo Halysson Santos de Oliveira é advogado e analista político, graduando em economia pela UFPB, empreendedor cultural e escreve semanalmente coluna de análise política com o título “Olhares Líquidos”.