Analisando os números da pesquisa Datavox divulgada nesta segunda, 13, para a prefeitura de Campina Grande, percebe-se que o deputado federal Romero Rodrigues é, sem dúvidas, a maior liderança política da cidade. O ex-prefeito lidera a pesquisa estimulada com 34.3%, seguido por Bruno Cunha Lima com 23.7%.
Porém, a diferença a favor de Romero é pequena, caso ele queira mesmo disputar a prefeitura ano que vem.
Neste cenário, seria muito arriscado romper com um aliado que ele mesmo colocou lá, sem um motivo aparente e com apenas 10 pontos de vantagem na intenção de voto.
Não é segredo pra ninguém que as máquinas públicas operam verdadeiros ‘milagres’ no período eleitoral, e Romero é experiente e sabe disso.
Lembram de Cássio Cunha Lima em 2014? Tinha quase o dobro das intenções de votos de Ricardo Coutinho e sofreu uma virada histórica no decorrer da campanha.
E antes de romper com Ricardo, muitos políticos, à época, juraram fidelidade canina para o tucano ser candidato, mas quando Cássio finalmente rompeu a aliança, estes mesmos ficaram do lado da máquina, ou seja, com RC. O ex-senador Efraim Morais foi um deles.
Se romper, Romero corre o risco de perder seus principais aliados em menos de um mês, e ainda ficar sem uma coligação de vereadores.
Considerando os números da pesquisa Datavox, teríamos em Campina Grande um 2° turno muito apertado, com Bruno e Romero em pé de igualdade.
Também é importante ressaltar a taxa de reeleição nas capitais e grandes cidades; quase 95%.
Lembro-me bem da campanha para a prefeitura de São Paulo, 2008, quando fazia minha pós na USP. À época, o ex-governador Geraldo Alckmin era o franco favorito. Começou a despencar na metade da campanha e não foi nem para o 2° turno; Kassab foi reeleito disputando contra Marta Suplicy.
Outro dado a ser levado em consideração é a avaliação do governo. Com 46,5% de aprovação, Bruno não faz uma excelente gestão, mas também não é um dos piores. Está acima da média e a tendência é de melhora.
Um dado curioso, mas certeiro; candidaturas à reeleição sempre crescem durante a campanha eleitoral. Vejam o caso de Bolsonaro na última eleição presidencial, começou com 30% e terminou o 1° turno com 43%.
O levantamento da Datavox também mostra que a rejeição do prefeito está dentro do aceitável para gestores que buscam a reeleição; 25%.
A 11 meses da eleição, e com apenas 10% de vantagem, uma candidatura de Romero seria um risco desnecessário para quem possui uma trajetória política vitoriosa. Ainda mais contra um aliado com laços familiares.