O ex-deputado estadual Lindolfo Pires está sendo acusado de continuar usando o veículo da Assembleia Legislativa. A denúncia foi feita nesta sexta, 12, no radiofônico Correio Debate. Segundo os radialistas, Lindolfo foi flagrado utilizando o veículo, um Jeep Renegade, na última quinta-feira, 11, em João Pessoa.
Em nota, a Assembléia Legislativa da Paraíba esclareceu que o Setor de Transporte da Casa comunicou a todos os deputados que não lograram êxito nas últimas eleições que devolvessem os veículos que são locados para uso dos parlamentares.
Apenas o ex-deputado estadual Lindolfo Pires não atendeu ao pedido, justificando que estava na iminência de assumir o cargo devido a uma articulação política. Nesse período, todos os custos com abastecimento e manutenção ficaram por conta do ex-deputado, assim como a despesa com a locação do referido veículo, sem deixar prejuízo para o Poder Legislativo.
O Ministério Público precisa cobrar explicações do presidente da Assembleia e do responsável pelo setor, pois é inadmissível que um cidadão que não é mais parlamentar continue usando um bem público porque “está na iminência de assumir o cargo devido a uma articulação política“, como diz a nota. Parece até uma piada, mas não é.
Um privilégio injustificável até mesmo para quem tem mandato, pois os deputados ganham bem até demais e podem pagar o transporte com o dinheiro do próprio bolso.
A nota da ALPB tenta minimizar a ilegalidade, afirmando que Lindolfo Pires tem arcado com os custos de manutenção e locação. Mas se o carro foi locado pela Assembleia para uso dos deputados, porque alguém que não é mais deputado pode continuar usando o veículo?
Será que o ex-deputado não possui carro próprio? Lindolfo não poderia ter locado pessoalmente o seu próprio carro para uso pessoal nas inúmeras locadoras da Paraíba? Ou se trata de uma nova modalidade desconhecida do mercado, onde o poder público aluga veículos e depois repassa para particulares?
A resposta todos nós já sabemos; trata-se do bom e velho – e imoral – privilégio do Estado brasileiro. Mas desta vez com requintes de ilegalidade.
Com a palavra o Ministério Público…