O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não costuma achar justas as cobranças que recebe na imprensa, mas é obrigado a enfrentar as críticas em seu ambiente favorito de comunicação, as redes sociais. O mandatário jura não acreditar nas pesquisas de opinião que apontam que ele sofre crescente rejeição entre os brasileiros.
A tônica de Bolsonaro nas respostas é tentar culpar os governadores e as medidas de distanciamento social adotadas por eles para reduzir o contágio pelo coronavírus – discurso que o presidente também leva constantemente para as conversas com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada.
A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses chegou a 9,68%, a mais alta desde fevereiro de 2016. Em 2021, o IPCA acumula alta de 5,67%, e o próprio governo já elevou a expectativa anual de 5,90% para 7,90%.
Frases como “Quanto o seu governador cobra de ICMS?”; “Na refinaria, a gasolina está barata” e “Fique em casa, a economia a gente vê depois” formam a base do repertório de argumentos do presidente da República para lidar com a questão. Inexiste qualquer admissão de responsabilidade, tampouco o compromisso de que seu governo fará algo para reduzir a carestia.