Parlamentares que acompanham o embate entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro avaliaram nesta quarta-feira (3) que o projeto do governo é inviabilizar a carreira política do ex-ministro da Justiça. De acordo com informações do blog de Andreia Sadi, alguns interlocutores de Moro não descartam que ele vire alvo de buscas.
O entorno do ex-juiz acredita que há uma “vingança” de Bolsonaro, após a informação de que o procurador-geral da República, Augusto Aras, retomou a negociação de um acordo de delação premiada com o advogado Rodrigo Tacla Duran, que mira o também advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Moro.
Duran afirmou ter pago US$ 5 milhões a Zucolotto para obter vantagens em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato em 2016, como a diminuição do valor de sua multa, acordada inicialmente em R$ 55 milhões. Mas a proposta de Tacla Duran não se concretizou.
O embate entre Moro e Bolsonaro começou no dia 24 de abril, quando o ex-juiz anunciou a sua demissão após o seu então chefe exonerar Mauricio Valeixo da Diretoria-Geral da Polícia Federal. Em coletiva de imprensa naquele dia, o então ministro apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro. “O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF”, afirmou.
Na última segunda-feira (1), Moro fez outra denúncia, ao afirmar no Twitter que Bolsonaro queria promover rebelião armada contra governadores e prefeitos.
Em nota, Moro afirmou que os relatos de Duran sobre a “suposta extorsão que teria sofrido” na Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal seu, Carlos Zucolotto Jr., foram investigados na PGR e arquivados. De acordo com o ex-juiz, o relato “não verdadeiro” prestado por acusado foragido teve destino “apropriado”: o arquivamento.
O ex-ministro também disse que a iniciativa de Aras lhe causou “perplexidade e indignação”.