Nos últimos anos, deputados federais e senadores se lambuzaram com emendas federais milionárias, até uma categoria nova criaram; o orçamento secreto.
Verdadeiras fortunas foram destinadas com critérios políticos para angariar prefeitos, mas os grandes projetos ficaram de fora.
Um trem entre João Pessoa e Campina Grande, ligando a capital à maior cidade do interior do Nordeste, é uma obviedade ululante que já deveria ter saído do papel há décadas.
Além do transporte de passageiros, serviria também para cargas, ligando Campina Grande ao porto de Cabedelo. Nosso estado já possui uma linha férrea de ponta a ponta. Entre Cabedelo e Santa Rita, temos uma linha em atividade, mas apenas para passageiros.
O trem também poderia virar uma atração turística, com paradas nas cidades mais relevantes.
Há poucos anos, o ex-secretário de Turismo, Ivan Burity, fez um levantamento indicando que o custo para a restauração da linha férrea seria de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões.
Já as estações ferroviárias, que têm potencial para serem atrações turísticas por si só, seriam reformadas pelas prefeituras de cada cidade por onde o trem vai passar: Cabedelo, João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, São Miguel de Taipu, Pilar, Itabaiana, Mogeiro, Ingá, Fagundes, Galante e Campina Grande.
“Eu vejo o trem com muita viabilidade, porque ele corta o Vale do Paraíba, ele passa na terra de Zé Lins, na terra de Sivuca, Itabaiana, Pilar. O berço da civilização canavieira, que é o berço da civilização paraibana, a nossa colonização foi o ciclo do açúcar, foi quando a nossa sociedade se estabeleceu no estado. E tudo isso estaria cortado pelo trem, por uma linha que já existe, precisa apenas de reparo”, disse o ex-secretário à época. “Também precisa que a sociedade tenha conhecimento e pegue essa bandeira. Uma coisa é fazer uma linha, mas a linha está pronta”, completou
Mas nossa classe política pensa pequeno. É mais importante destinar emendas para prefeito construir praça ou gastar com outras obras menos relevantes.