O centro histórico de João Pessoa está virando uma cidade fantasma – inclusive de dia. Até os pontos mais movimentados como a Lagoa e Ponto de Cem Réis perderam drasticamente o fluxo de pessoas. Até os bairros adjacentes, como Róger, Torre, Tambiá e Jaguaribe estão sendo afetados.
Antes concentrado no Centro de João Pessoa, o comércio foi se reinventando e descentralizando para os bairros, avenidas da praia, e empresariais. O péssimo trânsito de João Pessoa também contribui para que consumidores façam suas compras no próprio bairro ou outro local mais perto de casa.
Há muito que o Centro já não era habitado à noite, pois as moradias deram espaços à lojas e escritórios. Contudo, o fechamento desses comércios e serviços piorou ainda mais a realidade.
E qual a saída? Só tem uma; reabilitar o Centro de João Pessoa com moradias, serviços sustentáveis e bares para movimentar a vida noturna e atrair turistas. Governo do Estado, PMJP e o setor privado precisam elaborar um plano para reinventar o Centro e preservar a história e a cultura – reformando prédios e casas, e incentivando a habitação e a vida diurna.
A desapropriação de prédios e casas tem que ser levada em consideração, principalmente os imóveis tombados, que estão em ruínas – com seus donos contando com a ‘força do tempo’ para venderem os terrenos.
A grande vantagem de morar no Centro é justamente estar num ponto central, de fácil locomoção para todos os lados da cidade. Quem mora no Costa e Silva, Mangabeira, Valentina, Bairro das Indústrias, por exemplo, teria mais vantagem habitando no Centro da Capital.
A reabilitação de centros históricos com vistas à sua utilização destinada ao uso residencial é uma tendência nas grandes cidades, e João Pessoa não pode ficar de fora, afinal, somos a terceira cidade mais antiga do Brasil.
Os governos poderiam criar linhas de crédito para incentivar a habitação de funcionários públicos, principalmente as polícias e Guarda Municipal, o que intrinsicamente aumentaria a sensação de segurança.
A requalificação do centro histórico e a busca da integração de usos vai permitir o retorno de atividades de cunho permanente, duradouro e
sustentável, com reflexos sócio-econômicos e culturais.
Porém, a reabilitação do Centro de João Pessoa e suas áreas históricas passam pela questão da regeneração física, social e econômica dos
espaços urbanos. Os moradores de rua, por exemplo, precisam de acolhimento e atenção especial.
Também é imprescindível políticas efetivas de emprego, como a incorporação de mão-de-obra qualificada, produzindo equipamentos sociais nos bairros, promovendo a reabilitação econômica e a melhoria do entorno urbano.
Salvem o Centro de João Pessoa!