Réu na operação Xeque Mate, prefeito de Cabedelo nomeia delatores e diversos denunciados na gestão

O Ministério Público já tem mais um bom motivo para pedir o afastamento de Vítor Hugo da prefeitura de Cabedelo. Réu em dois processos na operação Xeque Mate, o prefeito tem passado recibo ao nomear vários denunciados e delatores na gestão, além de parentes de personagens emblemáticos do maior escândalo de corrupção da cidade.

Cruzando a relação dos denunciados com a folha de pessoal da prefeitura, percebe-se que a gestão de Vítor Hugo virou uma espécie de confraria da Xeque Mate.

O ex-vereador Rosildo Júnior (Junior Datele), um dos presos e delator do esquema, foi nomeado por Vitor Hugo como secretário adjunto na gestão:

Outro delator,  Marcos Antônio Silva dos Santos, mais conhecido como Marcos da Forte, que também foi preso na Xeque Mate e condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão pela 1° Vara de Cabedelo, é assessor especial de Vitor Hugo desde junho de 2022:

Também chama atenção o cargo da esposa de Lucas Santino, ex-presidente da Câmara Municipal e primeiro delator do esquema de corrupção revelado pela operação. Priscilla Santino não figura como denunciada na Xeque Mate, mas é muito estranho que a esposa do principal delator tenha ganho um cargo de secretária municipal meses após o escândalo:

Denunciado por formação de quadrilha na Xeque Mate, Franscisco Rogério também foi agraciado pelo prefeito de Cabedelo com um cargo comissionado:

Outro réu por corrupção, Fabrício Magno, é o atual secretário chefe de gabinete, uma das pastas mais importantes da gestão. Fabrício é considerado ‘braço direito’ de Vitor Hugo:

Igualmente denunciada na operação, Lindiane Mirella é assesora especial na prefeitura de Cabedelo:

Denunciado na sexta fase da Xeque Mate, o ex-vereador Benone Bernardo, afastado à época, também ganhou um cargo de assessor especial do prefeito Vitor Hugo:

É no mínimo curioso, um prefeito que é réu numa operação de combate à corrupção nomear em sua gestão diversos envolvidos no mesmo esquema em que ele figura como protagonista.

A operação

As investigações do Gaeco, em conjunto com a Polícia Federal, apontaram prejuízo de R$ 5,1 milhões ao erário provocado pelo pagamento a servidores fantasmas.

A profunda investigação realizada foi capaz de apontar que a apropriação ilícita dos salários dos servidores fictícios constituiu-se numa modalidade de desvio de recursos públicos institucionalizada na práxis da gestão administrativa do município de Cabedelo, tanto no âmbito do Poder Legislativo quanto no âmbito do Poder Executivo.

 

Comentar com Facebook

Comentários

Opinião

Mais Lidas

Outras Notícias