O discurso falacioso de Ricardo Coutinho não convence nem o mais laranja dos girassóis. Republicano de goela, a permanência de RC no governo não se traduz em desapego por cargos. Muito pelo contrário. Ele acha que o governo do estado é sua propriedade e não quer largar o osso.
Abrir mão de disputar o Senado não é um gesto de desapego, é apego mesmo ao governo do estado; o Poder que pode, que manda e desmanda, administra bilhões por ano, nomeia desembargadores e conselheiros do TCE. Mantém influência nos tribunais, principalmente no TRE. Esconde e faz nascer inquéritos policiais da noite para o dia.
O Senado é status e mídia nacional. E só.
O apego de Ricardo ao governo do estado é tão grande que sem o menor constrangimento ele disse reiteradas vezes que só deixaria o governo se continuasse administrando. Como assim? Nem Lula cometeu tamanha ousadia.
Sua saída do governo sepultaria a candidatura do insosso João Azevedo, que só continuaria competitivo com o apoio da máquina pública estadual. Máquina esta que RC espremeu até o bagaço para não se derrotado no primeiro turno por Cássio Cunha Lima, em 2014, e hoje responde a 5 pedidos de cassação.
Ricardo quer ser o governador mediato, e João Azevedo apenas um cumpridor de ordens.
Uma longa manus.