Quando escolheu seu vice, em 2016, Romero Rodrigues estava mais preocupado em se reeleger e não tinha a disputa ao governo do estado como objetivo. Antes das convenções o nome de Veneziano ainda oferecia riscos à reeleição do tucano, e Romero, de forma equivocada e precipitada, resolveu trocar um Cunha Lima pelos Ribeiros.
Venceu, mas agora está preso ao seu erro de estratégia e não poderá entregar aos Ribeiros, de mão beijada, uma prefeitura reconquistada a muito custo e depois de 8 longos anos de oposição.
Não se trata de qualquer prefeitura ou qualquer cidade. É campina Grande, berço do grupo Cunha Lima.
Então, como abandonar a segunda cidade mais importante da Paraíba para se aventurar numa disputa contra a máquina estadual e um governador que joga sujo e pesado, e ainda contra o prefeito de João Pessoa, bem avaliado e com mais densidade eleitoral? E o pior: numa campanha de apenas 45 dias.
Caso Romero mude de partido e insista na candidatura, estará criando uma situação política análoga à de Cozete Barbosa, em 2004; dividirá o grupo e perderá a prefeitura por completo em 2020. Insistir nisso é não aprender com os erros do passado.
A confiança que Cássio depositou em Romero, quando ele foi pedir as bençãos para ser candidato, será recíproca ou ele vai tentar atrapalhar o projeto-macro do senador e líder maior do grupo?
E Romero não pode reclamar de nada, pois o erro foi dele mesmo. Caso tivesse um vice-prefeito Cunha Lima, sua candidatura hoje teria viabilidade política, mas está refém de uma má escolha motivada pelo medo.
Anotem aí, Romero não vai ser candidato a nada.