Ruy cobra transparência da Prefeitura de João Pessoa em relação à engorda da faixa de areia na orla

O anuncio alargamento da faixa de areia na orla na orla de João Pessoa, sem a apresentação de um projeto detalhado para as intervenções, chamou a atenção do deputado federal Ruy Carneiro. A preocupação do parlamentar está na falta de transparência da Prefeitura da capital em relação aos estudos técnicos relacionados à temática e principalmente a ausência de audiências públicas com a participação da sociedade pessoense.

“Como é que o prefeito Cícero Lucena vem a público anunciar que vai realizar intervenções importantes e em áreas históricas da nossa cidade a partir de dezembro, sem apresentar nenhum estudo e sem ouvir a população?”, questionou Ruy.

O deputado procurou conversar com especialistas sobre o assunto e confirmou a gravidade da situação que está prestes a ser realizada pela gestão municipal.

“Qualquer intervenção que gere impactos no meio ambiente precisa ser amparada em muitos estudos e num amplo debate com a sociedade. É obvio que é preciso proteger nossa Barreira do Cabo Branco e outras áreas da orla, onde o avanço do mar tem provocado uma série de problemas. Porém, atualmente temos uma administração que não consegue garantir nem os serviços mais básicos, à exemplo da saúde, educação, infraestrutura e segurança. Imagina como vão realizar um projeto tão complexo e com essa dimensão?”, criticou o parlamentar.

De acordo com o professor e mestre em geografia, Willams Guimarães, já existem pesquisas avançadas relacionadas ao ambiente costeiro da Paraíba, sobretudo na Falésia Cabo Branco.

“O que está acontecendo a meu ver é uma urgência em implantar essa obra no calor da emoção, sem considerar os dados científicos coletado na área. Antes de sugerir qualquer tipo de intervenção, se faz necessário está amparado por um estudo científico, onde estes devem apontar as fragilidades físicas e bióticas da área que vai sofrer esse tipo de impacto. Além disso, é considerada uma obra muito onerosa. Em se tratando de engorda artificial de praia, se deve reabastecer com areia em média a cada 3 anos.”, destacou Willams.

O geógrafo já participou de Estudo de Impacto Ambiental elaborado pela UFPB, UFPE e UFC, entre os anos de 2007 a 2010. A iniciativa foi liderada pela Fundação Apolônio Sales e foram necessários 4 anos de pesquisa.

Além dos danos ao ambiente marinho, esse tipo de obra vem desencadeado uma série de problemas em diversas regiões do país. Em Balneário Camboriú, na orla de Santa Catarina, foi registrado o aparecimento considerável no número de tubarões na área modificada. Mais recentemente, também foi observado o aparecimento de um tipo de degrau na faixa de areia.

Em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana de Pernambuco, o mar voltou a avançar em alguns pontos e em outros a água chega a ficar empoçada e com a presença de lôdo.

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