A força tarefa da Operação Calvário precisa passar um pente fino em todos os contratos firmados pelo ex-presidiário Ricardo Coutinho, de 2011 a 2018. Ao que tudo indica, o nosso Sérgio Cabral não deixava passar nada. De venda de folha de pessoal à compras na saúde, lá estava o Mago metendo a mão.
Usando uma expressão popular muito comum, não escapava nem pano de ferida.
O ex-secretário do Estado da Paraíba, Ivan Burity, contou em delação ao Ministério Público da Paraíba (MP-PB), que a vitória do Banco Bradesco para gerir a folha do Governo do Estado, a partir de novembro de 2017, teria relação com o pagamento de propina por meio de doações para campanha à reeleição do então governador Ricardo Coutinho (PSB) em 2014.
Além de receber uma mesada de R$ 360 por terceirizar o hospital de Trauma, Ricardo também é acusado de cobrar propina de 3% de diversas obras realizadas pelo consórcio Via Engenharia/Marquise/Queiroz Galvão.
A informação veio à tona através de delação premiada da ex-secretária Livânia Farias ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba.
Confira o trecho:
Participação da empresa VIA ENGENHARIA na organização criminosa;
Em seu depoimento disse: “QUE a VIA ENGENHARIA foi com IVAN BUTIRY para recebimento e também foi na sede da empresa em Brasília conversar com NOLLI no período da campanha de 2012, 2014, 2016 e só não foi em 2018; QUE NOLLI era a ligação/operador da VIA ENGENHARIA; QUE era com NOLLI que conversava para saber como seriam os pagamentos; QUE havia um acerto, dito por NOLLI, que tudo que se pagasse ao consórcio, pois era um consórcio da QUEIROZ GALVÃO, VIA e MARQUISE seria 3%; QUE quem pagava era a VIA e IVAN que pegava; QUE uma vez foi com LEANDRO em Brasília e recebeu o dinheiro; QUE ficaram num hotel em Brasília e distribuiu para os fornecedores.
O Gaeco agora precisa descobrir onde Ricardo Coutinho está escondendo tanto dinheiro. Seria em offshore, laranjas ou lavando dinheiro em empresas de parentes?