A escalada fascista que começou após o impeachment de Dilma Rousseff – e criou corpo e forma com a ascensão de Bolsonaro ao poder – finalmente começa a ser combatida pelas instituições. Apesar do atraso e da covardia de muitos ministros, o Supremo Tribunal Federal acordou para o perigo e pegou o deputado federal Daniel Silveira como exemplo.
O vídeo do parlamentar, repleto de crimes de calúnia e difamação, é algo jamais visto em toda a história democrática do Brasil. Mas o que mais choca não são as calúnias e difamações, mas o ataque às instituições, o discurso de ódio e violência e a exaltação ao AI-5 e ao militarismo. É óbvio que o bombadão anencéfalo tem fetiche por homens de farda, mas querer subverter a ordem constitucional, defendendo uma ditadura militar, é crime.
O fascismo age assim, desacreditando as instituições e inventando inimigos a serem combatidos. Antes o inimigo era o PT, mas como o partido está fora do poder, e o governo de Bolsonaro é um lixo, eles precisam inventar novos inimigos para culpá-los de sua incompetência. E assim o fazem, condenando o STF e a imprensa. Globo lixo!
Muita gente não acredita que exista uma escalada fascista no Brasil, mas na Alemanha, antes da Noite dos Cristais, muitos também não acreditavam no perigo do nazismo. E deu no que deu.
E quem ainda ousa discordar de que o Brasil vive sim uma escalada fascista, basta refletir como era o debate político antes de 2015, nos governos de Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. A violência e o ódio não davam o tom do discurso político, muito menos o culto à personalidades políticas (mito!), o ufanismo, e o uso hipócrita dos valores morais e religiosos.
Fascismo se combate com lei ou porrada, como fizeram com Mussolini, na Itália. Mas como o fascismo brasileiro ainda não tem tanta força na sociedade, é melhor usar da lei mesmo. Deixemos a porrada pra depois.
